Alunos desenvolvem plataforma de logística para o Porto de Santos
Murilo Vilaverde e quatro amigos tiveram 35h para criar uma ferramenta que pudesse reduzir perdas e otimizar o trabalho
Educação|Alex Gonçalves, do R7*
Murilo Vilaverde, 18 anos, mora em Santos, no litoral sul de São Paulo. Ele e mais quatro amigos (Rubens Neto, Cauê Moura, Belisa Nascimento e Gabriel Archanjo) tiveram 35 horas para desenvolverem uma plataforma de logística que pudesse trazer soluções e melhorias para o Porto de Santos, o maior do Brasil.
A equipe participou do Porto Hack Santos, um evento de tecnologia que busca inovações ao sistema portuário. Juntos, os amigos criaram a ferramenta Portech, que traz de forma rápida e prática todas as informações necessárias, unificando todos os setores do porto, para facilitar o dia a dia, reduzindo perdas para os armadores e otimizando o trabalho sistêmico.
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Para Murilo, estudante de Administração da Strong, a atracagem dos navios é apenas o início de uma fator com várias possíveis consequências. "Quando um navio atraca, toda a cadeia logística é impactada", diz. "O caminhão que aguarda na operação será prejudicado, o espaço destinado de um contêiner poder ser que precise ser realocado ou até mesmo uma equipe contratada para descarregar uma embarcação seja dispensada — gerando impacto até no orçamento", explica.
Um estudo divulgado pela ANTAQ (Agência Nacional de Transporte Aquaviários) revelou que de janeiro a junho deste ano, 316 omissões (quando um navio não descarrega a carga de importação e tão pouco recebeu a carga de exportação) ocorreram nos berços (locais de atraques dos navios) dos terminais alugados e cais públicos. "É importante dizer que existem diversas variáveis que podem atrasar um navio no momento da atracagem: condição climática, maré baixa e até falta de pagamento de alguma taxa portuária", esclarece o estudante.
Segundo Murilo, o Porto de Santos ainda carece de processos automatizados e isso dificulta no momento de localizar uma informação de uma embarcação que precisa atracar. "São informações espalhadas em locais diferentes e isso quando não inseridas manualmente. Todo contato do portuário que coordena a atracação é realizado por e-mail, contato telefônico e contato por rádio.
A ferramenta desenvolvida pelos jovens concentra todas as informações necessárias num único local, agilizando o processo de comunicação entre os setores e trabalhadores. No momento, a plataforma está pronta para uso, mas não esta ativa, pois aguarda apoio de empresas parceiras para investimento e expandir o projeto para outros portos.
“Eu acredito que o porto tem um longo caminho pela frente para ser altamente tecnológico e os jovens estudantes tem potencial para ajudar nessa jornada“, conclui.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder