Apenas quatro em cada dez cursos de medicina do país alcançaram em 2023 as notas mais altas no CPC (Conceito Preliminar de Cursos), índice do Ministério da Educação que avalia a qualidade das graduações. Entre as 309 graduações avaliadas, 40,4% obtiveram médias 4 e 5, ideais para cursos da área.O número de cursos de medicina aumentou significativamente nos últimos anos. Entre os fatores por trás desse cenário, estão o programa Mais Médicos, que incentivou a abertura de graduações em cidades remotas e o grande retorno financeiro desses cursos.Associações de classe e ligadas ao ensino superior privado têm se mobilizado no Congresso e no Judiciário em defesa de diferentes critérios para liberar mais escolas médicas.O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão ligado ao ministério, divulgou nesta sexta-feira (11) os dados dos indicadores de qualidade do ensino superior referentes a 2023.Os números incluem dados do CPC, do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), do IGC (Índice Geral de Cursos) — que avalia as instituições —, e do IDD (Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado).Neste ciclo, o Inep avaliou cursos da área de saúde e engenharias, como medicina, arquitetura, engenharia civil, fisioterapia, entre outras.As notas do CPC variam de 1 a 5, sendo as notas 4 e 5 as adequadas para cursos como medicina. O indicador avalia universidades públicas e privadas. Para construir a nota, o MEC considera o desempenho dos estudantes no Enade além de outros critérios, como dados sobre o corpo docente, infraestrutura e recursos didático-pedagógicos da graduação.De acordo com os dados, a maior parte das graduações na área tem nota 3 (50,5%), considerada regular. Em seguida, 38,5% dos cursos avaliados têm conceito 4, e só seis cursos, o que corresponde a 1,9%, chegaram na nota máxima.No ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que a criação de novos cursos e vagas na área devem atender ao edital do programa Mais Médicos, que considera a escassez de profissionais de saúde nas regiões do país, além de outras características.O MEC quer mudar a forma como os cursos de Saúde são avaliados in loco. A ideia é que os avaliadores que visitam as faculdades consigam analisar com mais rigor a parte prática da formação.No caso dos cursos de medicina, por exemplo, o MEC quer avaliar como é o aprendizado dos estudantes em cada um dos níveis de atuação na rede de saúde: a atenção básica e a especializada.Fique por dentro das principais de educação no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp