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Brasil tem 24,3 milhões de jovens que pararam de estudar 

Falta de estímulo nas escolas e a necessidade de ingressar no mercado de trabalho afastam os jovens da educação no país 

Educação|Karla Dunder, do R7

Estudantes não têm interesse em voltar para a escola e não conseguem emprego
Estudantes não têm interesse em voltar para a escola e não conseguem emprego Estudantes não têm interesse em voltar para a escola e não conseguem emprego

Aos 17 anos, Rute Franciele Lima conseguiu um trabalho no fórum. Por conta da distância, do tempo gasto entre casa e o trabalho, a jovem abandonou a escola. Hoje, aos 25 anos, mãe de duas crianças, Franciele não consegue voltar ao mercado, nem estudar.

Essa é a situação mais da metade da população de 25 anos ou mais no Brasil – 24,3 milhões de jovens que pararam de estudar não havia completado a educação escolar básica e obrigatória em 2018 como mostra a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), organizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa foi divulgada pelo Instituto nesta quarta-feira (19).

Em 2018, a taxa de escolarização das pessoas de 18 a 24 anos, independentemente do curso frequentado, foi de 32,7%, percentual estatisticamente estável frente a 2017. Deste, 25,2% frequentavam cursos da educação superior, ou seja, estavam na idade/etapa adequada, e 7,5% ainda cursavam a educação básica. Logo, 67,3% das pessoas de 18 a 24 anos estavam fora da escola.

“Esse é o dado mais preocupante da pesquisa, porque temos um número elevado de pessoas estagnadas, que não estudam, não se qualificam para o mercado de trabalho e, consequentemente, muitos não conseguem emprego”, avalia Thaiane Pereira coordenadora de projetos do Todos pela Educação.

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A consequência, como observa Thaiane, é um contingente de pessoas que não conseguem ingressar no mercado de trabalho, o que aumenta a situação de vulnerabilidade e aprofunda a desigualdade social.

"Esse dado também mostra a necessidade que as escolas têm de mudar", diz a pesquisadora. Para ela, o ensino médio precisa ter mais flexibilidade e dialogar mais com os estudantes. "O atraso escolar torna a escola menos interessante, mas é necessário pensar em um novo modelo de escola também, que seja mais atrativa".

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