Brasileiro com 27 medalhas em olimpíadas estudantis é aprovado na universidade de Yale
Estudante negocia mensalidade anual de US$ 65 mil antes de se mudar para os EUA
Educação|Do R7
As 27 condecorações em competições estudantis como as olimpíadas de matemática, física, astronomia e linguística são prova da dedicação do estudante Vinicius Canto Costa, de 18 anos.
Além das medalhas em concursos do País, ele comemora a aprovação no vestibular de uma das instituições de ensino superior mais importantes do mundo, a Universidade de Yale.
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Em entrevista ao R7, Canto, que também ficou na lista de espera de Harvard, conta que passou a se dedicar mais ao estudos para entrar no colégio militar de Salvador. Há quatro anos ele se mudou para o Rio de Janeiro e passou a dividir o tempo entre as aulas no colégio militar e atividades complementares no Sistema Elite de Ensino.
— Queria muito passar na prova do colégio militar e, por isso, me dediquei ao estudo de disciplinas da área de exatas, principalmente matemática. Meu pai é engenheiro e me incentivou. Sempre gostei de lidar com números.
Almejando obter formação em ciências políticas e matemática aplicada, Canto comenta que o que mais lhe chamou atenção nas universidades dos EUA foi a possibilidade de escolher a área de graduação no meio do curso.
— Posso estudar diferentes matérias antes de escolher uma área específica. Quero ter uma formação completa fora do Brasil e ter uma vivência internacional. Meu plano é me formar nos EUA para depois voltar e atuar no governo.
O estudante fala sobre o processo de seleção das insituições de ensino dos EUA e conta que o ingresso em Yale é muito criterioso.
— Tive que passar por uma prova, entrevistas, exame de inglês, enviar cartas de recomendação dos meus professores e depois fiz um texto próprio contando meus planos para o futuro. A seleção durou cerca de 6 meses.
Financiamento
Falando sobre o valor pago por alunos que desejam estudar nos EUA, ele comenta que para frequentar universidades de ponta como Yale é necessário desembolsar algo torno de US$ 65 mil (cerca de R$ 143 mil) por ano. Por isso, ele ainda não tem certeza se conseguirá viajar e fazer o curso de graduação.
— As aulas começam em agosto, mas eu ainda estou negociando uma bolsa maior em Yale. Até agora consegui desconto de 10% e preciso de uma bolsa maior. Também penso em procurar um empréstimo para financiar meus estudos.
Canto lembra que o governo brasileiro não dá bolsa para alunos que desejam fazer graduação integral no exterior, por isso o País tem poucos alunos nas grandes universidades dos Estados Unidos e da Europa.
— Temos o programa Ciências Sem Fronteiras, mas ele só financia projetos de mestrado e especialização para quem já tem ensino superior. Acho que o governo deveria abrir bolsas para os alunos de graduação. Vemos que outros países em desenvolvimento, como por exemplo a China, investem muito para levar alunos para o exterior. É um bom exemplo que deveria ser adotado aqui, concluiu.