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Educação

Covid: bolsistas brasileiros são impedidos de estudar na França

Pesquisadores se mobilizam nas redes sociais para obter o visto de estudante e completar os estudos no país europeu

Educação|Karla Dunder, do R7

Leandro Otávio de Souza, aprovado para cursar o mestrado na França, aguarda o visto
Leandro Otávio de Souza, aprovado para cursar o mestrado na França, aguarda o visto Arquivo Pessoal

Um grupo de brasileiros criou uma campanha nas redes sociais com a #etudierestimpérieux (estudar é imperioso) na tentativa de conseguir que o governo francês reavalie o bloqueio que impede a entrada de estudantes brasileiros no país devido a pandemia de covid-19.

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Desde abril, consulados e embaixadas franceses suspenderam a emissão de vistos para estudantes, o que deixou aproximadamente 350 brasileiros impossibilitados de ingressar nas universidades francesas, alguns correndo o risco de perder bolsa de estudos.

Leandro Otávio de Souza, 27 anos, aguarda o visto para fazer o mestrado em métodos avançados de engenharia industrial na Universidade Clermont Auvergne. Ele, assim como os demais estudantes, assinou as três cartas a serem enviadas ao governo francês solicitando que Educação seja um motivo imperioso para viagens ao país e a liberação dos vistos. 

"Também tentamos, individualmente, conversar com o ministério das Relações Exteriores, mas não tivemos retorno positivo, o governo se isentou de qualquer ajuda." O R7 entrou em contato com o Itamaraty, que enviou a seguinte nota:


"O Ministério das Relações Exteriores tem conhecimento da dificuldade de estudantes brasileiros em ingressar em outros países, para começar ou continuar seus cursos, em razão de restrições sanitárias decorrentes da pandemia de Covid-19 e da suspensão de processamento de vistos por representações consulares estrangeiras no Brasil.

O Itamaraty – por meio de gestões junto à Embaixada da França em Brasília e da Embaixada do Brasil em Paris junto às autoridades francesas – vem fazendo o possível para alcançar solução satisfatória que atenda ao pleito de estudantes inscritos em instituições de ensino francesas."


"Sabemos que algumas universidades francesas também estão se mobilizando, nas cartas têm a assinatura completa - com nome e ID - de todos os 350 estudantes que só estão aguardando o visto", destaca Leandro.

A mobilização atraiu a atenção da senadora Joëlle Garriaud-Maylam, que publicou em sua página do Twitter “Não há razão para impedir que os alunos continuem sua carreira universitária, especialmente se eles forem vacinados e fizerem exames”.


Nesta manhã, ela também questiou o Senado a respeito "dos alunos privados de acesso ao país", mas o retorno, até o momento, é de que aqueles não que estão na zona vermelha podem entrar na França.

O governo francês dividiu o mapa em zonas: verde, laranja e vermelho. Turistas vindos de países da área vermelha não podem entrar na França, uma maneira do país conter a dissemição da covid-19. Como o Brasil é um dos países da área vermelha, os brasileiros só podem cruzar a fronteira por um motivo indispensável. Desde abril, a educação foi retirada da lista de motivos imperiosos pelo governo francês, deixando à deriva esses estudantes.

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