‘Disque 100′ pode ter ampliação e colaboração da ONVE para denúncias dos educadores

Após o recente caso de violência de um pai contra um professor no Distrito Federal, o país passou a ter a proteção ao educador como foco nas discussões sociais. Segundo Fernando Penna, diretor da faculdade de educação da Universidade Federal Fluminenses e coordenador do ONVE (Observatório Nacional da Violência contra Educadores), a violência contra os professores dentro das escolas brasileiras acontece por razões multifatoriais.

Para o profissional, a polarização política abriu possibilidades para uma perseguição e a criação de campanhas de ódio contra os educadores, tendo como objetivos captar capitais políticos e financeiros estimulando tais tipos de violência.

“Esse problema está muito enraizado [...] nós como sociedade estamos pedindo aos educadores que trabalhem em suas salas de aulas temas relacionados aos direitos humanos, mas na maioria das vezes eles não têm o respaldo das instituições.”

O atual cenário gera receio e temor nos professores por terem que aplicar as regras e leis atribuídas pelo Estado em sala de aula. Mas, em paralelo, as escolas e organizações educacionais demandam medidas protetivas que devem ser voltadas em prol dos educadores para não haver prejuízo para ambos e para os alunos.

“Por exemplo, nós sabemos que a maior parte dos abusos sexuais acontecem nos espaços privados, e na maioria das vezes, são membros das famílias que são os agentes dessa violência; é na escola que deve haver o espaço com segurança para se discutir essas temáticas, e garantir os direitos aos estudantes de aprender e mais do que isso, seu direito de segurança”, avalia Fernando.

O especialista ainda enfatizou que a ONVE estabeleceu um acordo de cooperação técnica com o Ministério dos Direitos Humanos, em uma política chamada “Disque 100”, onde o indivíduo poderá relatar qualquer violação dos direitos humanos.

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