Egito Antigo: saiba como o tema pode ser cobrado na prova do Enem
Professores ajudam a entender o contexto histórico e explicam quais pontos os vestibulandos devem focar nos estudos
Educação|Alex Gonçalves, do R7*
Diante da descoberta de itens arqueológicos de mais de 2.500 anos atrás na necrópole de Saqqara, no sul do Cairo, a história do Egito Antigo voltou a ganhar destaque entre os vestibulandos.
Para ajudar a entender mais esse contexto histórico, o R7 entrevistou professores de cursinhos, que explicam como o tema pode ser cobrado nas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que ocorrem no mês de novembro. Confira.
Leia também
Alfredo Terra Neto, professor de história e orientador educacional do curso pré-vestibular da Oficina do Estudante de Campinas (SP), explica que os estudos tradicionais de história costumam dividir o período da Antiguidade em dois grandes blocos: Antiguidade Oriental e Antiguidade Clássica. “A Antiguidade Oriental aborda as civilizações que surgiram um pouco antes de 4.000 a.C., na região que conhecemos atualmente como Oriente Médio, sendo as principais os povos que viveram na Mesopotâmia, os egípcios, os fenícios e os persas”, explica. “Já a Antiguidade Clássica aborda as civilizações grega e romana, consideradas fundamentais para a formação dos pilares que compõem o mundo ocidental”, diz.
Para Terra Neto, em termos percentuais, a possibilidade de que a Antiguidade Oriental esteja presente no Enem é pequena. “Uma possibilidade provável seria a cobrança de Grécia e Roma e, talvez, a sua interface com as civilizações da Antiguidade Oriental”, esclarece.
Características do Antigo Egito
Neto explica que o Egito tinha uma economia agrária, dependente das cheias do rio Nilo, e uma estrutura política centralizada, composta de um grande número de funcionários públicos (uma vasta burocracia). O poder político ficava concentrado nas mãos do faraó — um regime que pode ser denominado teocracia —, que era visto como um deus ou representante de deus, a depender do faraó em questão e da época.
“Na sociedade do Egito praticamente não havia mobilidade social, com algumas pequenas exceções. A população trabalhava no regime de servidão coletiva, prestando serviços para o Estado através da agricultura ou do trabalho em obras públicas. Do ponto de vista religioso, vale destacar que os egípcios eram politeístas [acreditam na existência de vários deuses], como a maioria dos povos da Antiguidade”, comenta.
Gabrieli Simões, professora do Poliedro, curso de São Paulo, explica que a era do Egito Antigo compreende o período que vai da unificação entre o Alto Egito e o Baixo Egito (3100 a.C.) à conquista do Egito pelos romanos (30 a.C.). “Durante esse período, os egípcios desenvolveram uma civilização baseada na dependência em relação ao rio Nilo, que possibilitava a agricultura em meio ao deserto do Saara. Além disso, o período é marcado por grandes construções comandadas pelos faraós, especialmente monumentos funerários, como as pirâmides de Gizé, e obras de infraestrutura, nas quais é possível encontrar até hoje registros escritos (hieróglifos) e artísticos dessa civilização”, diz.
Do ponto de vista da professora, ao estudarem para o vestibular, os candidatos devem prestar atenção especialmente nas características culturais, como a religião, que era politeísta, antropozoomórfica e com crença na vida após a morte, políticas, uma teocracia comandada pelo faraó, e econômicas, um regime agrícola em que as terras pertenciam ao Estado e eram cultivadas pelos camponeses em regime de servidão coletiva.
“É necessário atentar para as diversas relações dos egípcios com outros povos da Antiguidade, como os hebreus, gregos e romanos, com quem mantinham estreitas relações comerciais e trocas culturais. Tais relações multiculturais possibilitaram a sobrevivência de legados importantes da cultura egípcia, como nas artes e na medicina”, conclui.
*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder