Escolas públicas representam país na Semana Mundial da Educação
Projetos serão aprentados a partir deste domingo até o dia 8 em evento que conta com mais 100 escolas de todo o mundo
Educação|Karla Dunder, do R7
O professor Glaucio Ramos trabalha na escola municipal Cônego Costa Carvalho, na cidade de Paulista, em Pernambuco, e diante da realidade da pandemia de Covid-19 desenvolveu o projeto Fuja da Fake, Foque no Fato, envolvendo alunos e a comunidade escolar. A ação foi uma das selecionadas para representar o país na Semana Mundial da Educação, que ocorre a partir deste domingo (3) e vai até o dia 8 de outubro, em um evento online.
Foram selecionadas 100 escolas de todo o mundo que apresentarão suas metodologias e projetos durante a Semana Mundial da Educação, uma iniciativa da organização global T4 Education, que conta com apoio da Fundação Lemann, The Lego Foundation e Templeton World Charity Foundation.
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Cinco escolas públicas brasileiras foram escolhidas para compartilhar suas iniciativas, além da escola Cônego Costa Carvalho estarão presentes a escola municipal do Gravatá, de Gravatá (PE); escola municipal Professora América da Costa Saboia, de Curitiba (PR); escola estadual Dr. Pompílio Guimarães, de Piacatuba (MG); escola municipal Presidente Affonso Penna, de Novo Hamburgo (RS). A única representante da rede privada é a Escola Bosque (SP). Essas instituições de ensino são apoiados pela Conectando Saberes, rede nacional de professoras e professores.
"A proposta é que essas ações possam servir de exemplo para professores de qualquer parte do mundo e também que possam ser replicadas por eles", explica Paolla Vieira Lima, diretora da Conectando Saberes.
As inscrições para as palestras são gratuitas e podem ser realizadas no site da EventBrite. O evento será transmitido em inglês com legendas automatizadas ao vivo.
A Semana Mundial de Educação dá visibilidade para projetos como o desenvolvido pelo professor Glaucio Ramos, que há 10 anos escolheu essa maneira de lecionar como forma de envolver seus alunos e suas famílias com a escola. "Gosto de trabalhar com projetos porque dá sentido ao aprendizado e o aluno vê o quanto aprendeu."
"Diante da pandemia, resolvemos desenvolver um projeto para entender a realidade das fake news com relação a Covid-19 e as vacinas", explica o professor sobre o tema escolhido neste ano.
Um questionário foi aplicado aos alunos e outro às famílias e foi constatado que poucos sabiam identificar as notícias falsas e muitos familiares não iriam tomar a vacina por não se sentirem seguros. "Elaboramos uma estratégia de checagem de notícias, lemos e discutimos o livro Esquadrão Curioso: Caçadores de Fake News, do jornalista Marcelo Duarte, que foi convidado para conversar com os estudantes sobre o assunto."
O segundo ponto foi trabalhar o tema de forma interdisciplinar: em história os alunos estudaram o negacionismo e a Revolta da Vacina; em ciências o sistema imunológico e a produção de vacinas; o professor de matemática analisou os gráficos da pesquisa.
"A partir daí, fizemos uma campanha educativa por meio de vídeos e memes, os estudantes criaram os roteiros e uma parede virtual com QR Code foi montada para que todos pudessem ter acesso às informações", explica.
O projeto integra ações de educação midiática, que tem como objetivo orientar os jovens a terem um compromisso ético e crítico nas redes sociais.
Glaucio também desenvolve o projeto Leitura na Esquina, que leva uma biblioteca itinerante até escolas que não têm espaço de leitura para o empréstimo de livros e contação de histórias.