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Educação

Estudante surda realiza o sonho de estudar em universidade dos EUA

Ellen Salvador Miranda quer contribuir para a inclusão de pessoas surdas na educação e mercado de trabalho

Educação|Alex Gonçalves, do R7*

Ellen Salvador Miranda, 39 anos
Ellen Salvador Miranda, 39 anos

Ellen Salvador Miranda, 39 anos, realiza o sonho de cursar um mestrado em Tecnologias Emergentes em Educação em uma universidade americana. Surda desde bebê, ela luta pela inclusão e independência de pessoas surdas na educação e no mercado de trabalho.

Aluna de um curso online na MUST University, na Flórida. "Sempre sonhei em cursar um mestrado, então busquei nas redes sociais universidades americanas com cursos do meu interesse. Queria provar que sou capaz, pois muitos não acreditam que uma pessoa surda é capaz", desabafa ao falar da nova carreira acadêmica internacional.

Ellen escolheu atuar com tecnologia na educação. "A tecnologia veio para ficar, precisamos dominar qualquer tipo de obstáculos promovendo uma boa qualidade de ensino, aproximando o aluno e professor”, diz.

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Ellen é natural de Iúna (ES), cidade pequena com pouco mais de 29 mil habitantes, se formou em pedagogia pela Faculdade Unificadas Doctum e também cursou especialização em Libras (Língua Brasileira de Sinais) pela Faculdade de Tecnologia São Francisco em Iúna no Espírito Santo.


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"O processo de alfabetização começou ainda quando eu era bebê, é nessa fase que todo indivíduo começa a entender tudo que acontece ao seu redor. Aos seis meses, tudo o que minha mãe queria era falar comigo", conta. "Olhando para a boca da minha mãe e colocando a mão na garganta dela, acabei aprendendo a fazer leitura labial e oralizar, pelo toque em sua garganta, cabeça ou peito, sentia a vibração das palavras”, explica.


Com o auxílio da mãe, Ellen foi oralizada e aprendeu a fazer leitura labial, o que permite que ela converse oralmente com outras pessoas.

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Para a estudante todos os profissionais deveriam aprender a Libras, "pois a Língua Brasileira dos Sinais é reconhecida como uma segunda língua no Brasil e é ensinada apenas para os surdos, e porque não ensinar aos demais, para promover a verdadeira inclusão?", questiona.

"Os surdos têm as mesmas possibilidades de desenvolvimento dos ouvintes, mas as escolas não estão 100% preparadas para ensinar de forma correta. Surdos aprendem mais visualmente do que pela escrita", enfatiza Ellen.

Seu objetivo com um diploma internacional é aplicar o aprendizado adquirido em uma universidade norte-americana na mudança educacional brasileira. "Acredito que a tecnologia é uma forma de introduzir novos métodos na educação, proporcionando novos caminhos para o ensino e aprendizagem", conta.

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Sobre o futuro, Ellen já planeja o doutorado. "Após o término do meu mestrado, previsto para o segundo semestre de 2022, eu quero cursar o doutorado para obter melhores condições de vida e também melhoria do salário", diz. "Os processos seletivos para professores da educação especial, principalmente os surdos, têm o menor piso-salarial", conta. "Meu objetivo profissional é me aprimorar cada vez mais, fazer concursos e me efetivar".

*Estágiario do R7 sob supervisão de Karla Dunder

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