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Estudo revela desafios na formação de professores de inglês no Brasil

Dado indica que mais de 16% de docentes não possuem o ensino superior completo; são 172.030 educadores do idioma no país

Educação|Do R7

Estudo mostra desafios na formação de professores de inglês no Brasil
Estudo mostra desafios na formação de professores de inglês no Brasil Estudo mostra desafios na formação de professores de inglês no Brasil

Uma pesquisa realizada pelo Observatório para o Ensino da Língua Inglesa, plataforma online desenvolvida no Brasil pelo British Council, do programa do governo britânico UK-Brazil Skills for Prosperity, revelou o perfil de professores de inglês do Brasil, os desafios na formação profissiional e a carga horaria de trabalho.

Dos 172.030 docentes da disciplina de língua inglesa na educação básica brasileira, 80,34% são mulheres e 19,66% homens. A média de idade das professoras e professores é de 41,2 anos. Segundo os dados apresentados, cada profissional leciona em média para cerca de 300 estudantes. Em relação à titulação acadêmica, 16,70% delas e deles não têm ensino superior completo.

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Todas as informações são organizadas na página do Observatório, em uma seção interativa que permite que o público tenha acesso aos dados especificos dos estados e municipios, para identificar as realidades locais do ensino da lingua inglesa.

O objetivo é incentivar debates, compartilhar experiências, sistematizar e produzir conteúdo para contribuir com o fortalecimento do ensino e aprendizagem do idioma no Brasil.

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O estudo do Observatório tem como fontes o Censo Escolar da Educação Básica 2020 e o Censo da Educação Superior 2019, que são os dados mais recentes do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Foram analisados dados de perfil das professoras e professores como gênero, raça e idade e de formação, carga de trabalho e regime de contratação.

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Em complemento aos resultados das professoras e professores em atuação, foram extraídos dados relativos à formação inicial de docentes de língua inglesa, a partir dos microdados do Censo da Educação Superior 2019, para compreender o perfil de futuros profissionais.

De acordo com o levantamento, 80,34% dos docentes são do sexo feminino e 19,66% do sexo masculino. A maioria desses profissionais se situa na faixa de 40-49 anos (33,68%) e 30-39 anos (31,77%), seguindo a tendência do quadro geral de docentes na educação básica. De acordo com os dados analisados pelos pesquisadores, a média de idade de professoras e professores de inglês no Brasil é de 41,2 anos.

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No país, um docente de inglês leciona em média para 303 alunos, atendendo aproximadamente 12,66 turmas, das quais 5,73 são de inglês. A rede estadual é a que apresenta maior sobrecarga de trabalho, expressa em termos de médias de alunos por docente (416,06), de turmas (14,46), de turmas de inglês (7,44), de escolas (1,62), de etapas de ensino (1,89) e de diferentes redes (1,23).

De modo geral, essas professoras e professores não ensinam exclusivamente inglês: lecionam também para turmas de outras línguas e ou de outras matérias, em diferentes escolas e diferentes etapas de ensino e redes, o que compromete a possibilidade de maior engajamento e dedicação a projetos político-pedagógicos nas escolas.

Ainda de acordo com o estudo, do total de turmas de língua inglesa em todas as redes, 29,42% estão com docentes com titulação adequada, isto é, que tenham cursado licenciatura única (Letras: Inglês) ou dupla (Letras: Português-Inglês) ou que tenham cursado bacharelado nessas duas áreas e tenham complementação pedagógica concluída em língua inglesa.

Isto significa que a maior parte das turmas parece contar com docentes com titulação inadequada (70,58 %) de acordo com os dados do Censo Escolar 2020.

Nenhum ente federativo tem um percentual de turmas de língua inglesa lecionadas por docentes com titulação adequada próximo dos 100%. Os maiores percentuais estão por volta dos 60% e são observados no Distrito Federal, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Sergipe.

Estados com maiores percentuais de turmas lecionadas por docentes com graduação em Letras, mas sem formação linguística em inglês (grupo C), são Ceará, Goiás, Pará, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo, estado que apresenta o maior percentual de turmas com docentes neste grupo (87,09%).

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A grande maioria de professoras e professores de língua inglesa não possui formação complementar acima de 80 horas: 61,49% dos docentes indicaram não possuir formação complementar e 24,19% informaram ter formação em áreas não especificadas no questionário do Censo Escolar 2020.

Vale ressaltar que, a partir do Censo Escolar 2020, as opções fornecidas para a declaração da graduação dos professores foram alteradas. A resolução Nº1 de 17 de junho de 2004 CNE/MEC institui a obrigatoriedade de formação de professores em relações étnico-raciais e história e cultura afro-brasileira e africana.

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