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Educação

Expectativa e ansiedade marcam retorno obrigatório às aulas em SP

Estudantes da rede pública contam como se sentem e estão se adaptando ao 'novo normal' nas escolas

Educação|Alex Gonçalves e Isabelle Amaral, do R7*

Sarah Raquel (esq), Gabriel Portes, e Ruthielly Lima são alunos de escolas públicas do Estado de SP
Sarah Raquel (esq), Gabriel Portes, e Ruthielly Lima são alunos de escolas públicas do Estado de SP

Estudantes da rede pública de São Paulo contam para o R7 sobre a experiência de retornar às atividades presenciais nas escolas após a determinação do governo do Estado anunciada na última quarta-feira (13) pelo secretário de educação Rossieli Soares durante coletiva de imprensa. Ansiedade e expectativa de rever os colegas deram o tom.

Sarah Raquel Rizzato dos Santos, de 15 anos, cursa o 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Escritora Rachel de Queiroz, no Jardim Yeda, em Campinas, não via o momento de retornar para a sala de aula. "Estou muito feliz em voltar para escola, o aprendizado presencial é mais focado, e sinto que absorvo melhor o conteúdo", diz.

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"Eu já tomei a 1ª dose da vacina e tomando todos os cuidados tenho me sentido mais segura em retonar", diz Sarah. Ela conta a escola segue os protocolos sanitários como a exigência do uso obrigatório de máscara e a disposição de álcool em gel nas salas e dependências para uso dos estudantes. 

Apesar das orientações, muitos alunos resistem. Ágatha Bezerra, de 15 anos, conta que, embora estivesse ansiosa para retornar, sente receio. A aluna do 9°ano da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Henrique Sousa Filho, localizada em São Mateus, na zona leste da capital paulista, muitos de seus colegas não respeitam o distanciamento e o uso de máscaras, ainda que a escola tenha colocado informações nas salas e pátios sobre essas regras. "Não tem jeito, muitos usam a máscara no queixo ou abaixo do nariz", conta. "Troca a cada 3h? Também não vejo e infelizmente sempre vai ter um ou outro que não segue as regras."


Volta às aulas é considerada adequada por especialistas

Marcos Gabriel de Almeida Fernandes, 15 anos, morador de Santa Cruz do Rio Pardo, estuda na Escola Estadual Leônidas do Amaral Vieira, conta que a escola tem realizado escalonamento de estudantes para evitar aglomerações. "Eu não via a hora de voltar para a escola e rever meus amigos. Apesar da praticidade no ensino online, ter contato com as pessoas é bem melhor", concluiu.


Nas escolas da rede estadual, o retorno 100% presencial sem escalonamento só deve ocorrer a partir do dia 3 de novembro, quando não será mais obrigatório o distanciamento mínimo de 1 metro. Segundo dados da própria Seduc (Secretaria de Estado da Educação), 75% das escolas vão manter o ensino híbrido por falta de espaço físico entre os estudantes.

Marcos Gabriel do interior paulista e as alunas Maria Eduarda e Ágatha Bezerra são da capital paulista
Marcos Gabriel do interior paulista e as alunas Maria Eduarda e Ágatha Bezerra são da capital paulista

Segundo a estudante Ruthielly Lima de Souza, de 16 anos, que mora na cidade de Jundiaí, o número de alunos em sua turma ainda permanece pequeno. “Muitos colegas de classe não voltaram por medo de exposição ao vírus”, diz. Vacinada com a primeira dose, a aluna do 2º ano do ensino médio da E.E. Doutor Antenor Soares Gandra acredita que em pouco tempo a situação deverá normalizar.


Três em cada 4 escolas de SP não conseguem manter distanciamento

Maria Eduarda Andrade, 16 anos, estuda modelagem do vestuário na Etec (Escola Técnica Estadual) Carlos de Campos, no centro da capital, também observa que o receio e a insegurança nesta retomada é visível entre os colegas de classe. Segundo ela, durante o período de rodízio das aulas apenas ela e outra colega frequentaram as atividades presenciais, os demais estudantes optaram por assistir a aula online.”No presencial eu posso ter um desempenho muito melhor nos estudos”, diz.

“Pensei que, por já estarmos no fim do ano, não iríamos mais voltar com as aulas presenciais neste segundo semestre, ainda mais com 100% dos alunos”, conta Gabriel Portes, de 16 anos, aluno da E.E. Oscarlina de Araújo, em Itatiba.

No início do mês de agosto o governo autorizou o retorno às aulas presenciais com 100% de ocupação com os protocolos sanitários. Mas apesar da liberação, o envio dos estudantes era facultativo. Agora, o retorno presencial é obrigatório desde que as escolas tenham condições de cumprir os protocolos sanitários. Estudantes com comorbidades, gestantes e puérperas devem apresentar atestado médico para seguir com o ensino remoto.

Estudantes retornam à escola no primeiro dia de aula obrigatória

*Estagiários do R7 sob supervisão de Karla Dunder

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