Fuvest 2024: use as leituras obrigatórias como repertório para arrasar na redação
Estudante deve ampliar seus conhecimentos para desenvolver uma argumentação bem estruturada na segunda fase
Educação|Do R7
Os candidatos da Fuvest que passarem para a segunda fase do vestibular da USP (Universidade de São Paulo) poderão usar o conteúdo da lista de livros obrigatórios como base de seus argumentos para se posicionar na redação, que será em 17 de dezembro.
Os 100.813 candidatos que realizaram a primeira fase no dia 19 concorrem a uma das 8.147 vagas, para começar no primeiro semestre de 2024.
• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo Telegram
• Assine a newsletter R7 em Ponto
Os participantes têm 30 linhas para discorrer criticamente sobre o tema proposto, apresentando suas ideias e expressando sua visão de mundo. Dessa forma, é preciso expor suas referências intelectuais, construir analogias e indicar argumentos coerentes.
E, como as obras obrigatórias são cobradas na primeira e na segunda fase do processo seletivo, por que não utilizá-las na redação? Confira a análise dos professores do cursinho online Aprova Total de como sustentar os argumentos, dependendo de cada temática, para o desenvolvimento da redação da Fuvest.
'Quincas Borba', Machado de Assis
Ao receber a fortuna de um amigo, Rubião passa a compor a elite da sociedade brasileira e, com isso, vive episódios excêntricos, com base na filosofia humanista, seguida por Quincas Borba. É possível utilizar a obra para redações que envolvam ética, corrupção, críticas sociais e valorização de bens materiais.
'Angústia', Graciliano Ramos
Como o próprio nome indica, Angústia trata da história frustrante de Luís da Silva, um homem que mata seu vizinho, com quem sua mulher está tendo um romance. No decorrer do livro, o protagonista relata sua obsessão pelos dois. Logo visões dominam seus pensamentos e o levam a matar o rival e a fingir que ele se suicidou.
As temáticas da obra podem ser bons exemplos para redações sobre amor, relacionamentos tóxicos e, claro, saúde mental.
'Nós Matamos o Cão Tinhoso!', Luís Bernardo Honwana
O livro é uma composição de oito contos sobre a vida e a sociedade de Moçambique, durante a colonização portuguesa. No conto principal, que leva o nome da obra, um cachorro é morto por crianças por estar doente e ameaçar a saúde das pessoas da aldeia. As histórias relatam a relação entre colonizado e colonizador, racismo, violência urbana e animal. Na redação, Nós Matamos o Cão Tinhoso! pode ser usado para sustentar argumentos de descolonização, exclusão social, compaixão e pobreza.
A maioria dos contos é narrada por crianças, porém o protagonista é o cão Tinhoso, uma metáfora para o racismo e para a exploração das pessoas pretas.
'Campo Geral', Guimarães Rosa
Com Campo Geral, o candidato pode utilizar a história de Miguilim para sustentar argumentos em defesa de temas relacionados à saúde, à saúde mental, à família e à pobreza. A obra tem passagens sobre morte, razão da vida, relações familiares, tradições supersticiosas e amadurecimento. Na obra, o narrador ainda relata as dificuldades enfrentadas pela família do protagonista e a vida no campo, já que a história se passa em uma pequena cidade do sertão.
'Romanceiro da Inconfidência', Cecília Meireles
A história fictícia, com base em fatos históricos da Inconfidência Mineira, pode embasar argumentos sobre política, democracia, exploração de minérios e movimentos revolucionários. Em Romanceiro da Inconfidência, Cecília narra a história de uma família nos tempos do ouro de Minas Gerais. Há menções de famosos inconfidentes, como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e, claro, Tiradentes.
'Dois Irmãos', de Milton Hantoum
Outra obra que gira em torno de um núcleo familiar, Dois Irmãos fala do conflito de dois gêmeos que se apaixonam pela mesma mulher. Eles criam uma disputa caótica, que coloca toda a família em risco. A história é narrada por Nael, filho da empregada da família, que é indígena. A partir dela, o candidato pode argumentar sobre disputas familiares, identidade étnica, cultura indígena, amor, ciúme, vingança, imigração e modernização.