Inclusão de pessoas com deficiência precisa avançar na EAD
Pesquisa aponta que apesar do crescimento da modalidade, ainda falta investimento em material e aulas adaptadas
Educação|Karla Dunder, do R7
Um dos papéis do Ensino a Distância é ampliar a acessibilidade, principalmente na graduação. Na EAD o aluno pode estudar em casa e realiza provas, atividades laboratoriais e outros encontros presenciais em uma unidade da instituição de ensino onde estuda.
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Segundo estudo recente, o CensoEAD.BR da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), mostra que apesar do crescimento desta modalidade de ensino em todo o país e de estar garantida pela Constituição Federal, que todas as pessoas portadoras de deficiência tenham acesso à educação, à saúde, ao lazer e ao trabalho, entre outros direitos, as instituições formadoras de EAD no Brasil apresentam números baixos de investimentos na inclusão.
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Por exemplo, 18,5% não executam ações que promovem a inclusão e na melhor situação, o número ainda pode ser considerado baixo: apenas 20,7% oferecem atendimento de intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Já em relação aos recursos tecnológicos oferecidos, nota-se uma pequena melhora, embora distante do ideal: 55,56% das provas são adaptadas; 52,59% dispõe de computadores com recursos de acessibilidade; 28,17% proporcionam lupas e lentes de aumento; 23,70% oferecem roteiros de aprendizagem diferenciados; 19,26 concedem material em braile.
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“Sem dúvida alguma, para os estudantes que tem dificuldade de mobilidade, a EAD é muito útil, porque facilita o acesso e barateia o custo de deslocamento”, avalia a conselheira da Abed, Josiane Maria de Freitas Tonelotto. “Mas as instituições precisam investir mais em tecnologia para adaptar material e aulas.”
Josiane destaca que todos têm os mesmos direitos e devem ter acesso a mesma qualidade de aulas e materiais. “É fundamental que um deficiente sensorial, cego ou surdo, tenha acesso a audiolivros, podcasts e tradutor de Libras. Eles devem ter a mesma experiência de aprendizagem que os demais alunos.”
O estudante deficiente deve ficar atento antes de fazer a matrícula e verificar se a instituição oferece conteúdo adaptado. Para os alunos da graduação, a informação é dada na inscrição do vestibular.
Já as instituições devem criar e investir em um núcleo de acompanhamento, que ofereça as condições necessárias a todos os alunos.