Se a preparação para o vestibular significa ansiedade e noites mal dormidas, o sacrifício é ainda maior para quem tenta entrar em medicina na USP (Universidade de São Paulo). No processo seletivo deste ano, 84% dos futuros médicos não passaram na primeira tentativa —bem acima da média geral da USP, de 61%. Dos calouros de medicina de 2014, no campus da capital, quase 26% fizeram o vestibular quatro ou mais vezes antes da sonhada aprovação. Mariângela Alves conhece a prova da Fuvest, exame para ingresso na USP, quase tão bem quanto muitos professores de pré-vestibular. Hoje aluna de medicina da universidade, ela teve de enfrentar a prova cinco vezes: "A pior parte era ver os amigos passarem enquanto eu ficava para trás", conta ela, de 25 anos. — Mas as dificuldades até se apagam agora. Valeu a pena, reconhece a jovem, que destaca o apoio dos pais e do namorado como principais estímulos para persistir no objetivo. Como vários outros candidatos de medicina, Mariângela chegou a trocar a opção de curso para encurtar o caminho até a faculdade. No segundo vestibular, optou por enfermagem e começou o curso na USP. — Voltei ao pré-vestibular no ano seguinte porque percebi que deveria correr atrás da minha vocação. Meu desempenho sempre esteve bem perto da nota de corte, diz. Segundo ela, a experiência na faculdade também a ajudou para que tivesse mais foco nos estudos.Leia mais notícias sobre Educação no R7 Jessica Costa, de 20 anos, espera ter a mesma sorte de Mariângela. Embora a USP seja sua prioridade, a candidata também vai arriscar vestibulares de outras instituições públicas e privadas neste ano. — A pressão e a ansiedade, às vezes, pesam mais do que as dificuldades em algumas matérias, avalia a estudante, que tenta a Fuvest pela quarta vez. — No segundo semestre, já começa a bater desespero em relação à prova e dá vontade de desistir, afirma. A aluna, que até terminou um namoro para se dedicar aos livros, recorre a todos os artifícios na preparação: cantarola trechos das apostilas e escreve fórmulas na porta do guarda-roupa, para memorizar. Jessica sabe, porém, que não existe fórmula mágica para conquistar a vaga. — A experiência nos cursinhos me mostrou que compensa diminuir a quantidade de estudo, mas aumentar a qualidade, diz ela, que sempre reserva algumas horas do fim de semana para relaxar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.