ONG ajuda a realizar sonho do primeiro emprego
De entregador de panfletos a publicitário e da periferia para o JP Morgan. Conheça a história de dois jovens que mudaram de vida depois de cursos de capacitação profissional
Educação|Karla Dunder, do R7
Gabriel Rodrigues Ferreira tem 20 anos e sabe o que é passar por dificuldades desde a infância. O jovem que nasceu e cresceu no bairro de Arthur Alvim, na zona leste de São Paulo, foi um menino tímido, que entregava panfletos para ajudar a família. Com muito esforço, hoje trabalha e cursa Propaganda e Marketing.
O primeiro da família a conseguir ingressar em uma universidade, Gabriel nasceu em uma família simples. Filho de pedreiro e de dona de casa, passou por apertos na infância e na adolescência. “Meu pai ganhava o suficiente para pagar o aluguel, as contas e o arroz com feijão, sempre foi tudo muito regrado em casa”, conta.
Gabriel cresceu bem tímido, sem muitos amigos, nem muitos sonhos. “Eu terminei o ensino médio e não tinha nem informação, nem condições de seguir para uma universidade, só queria ganhar dinheiro para ajudar meus pais”.
Foi entregador de panfletos com propaganda de pizzaria, vendia gelinho, se virava para ganhar uns trocos. “Mandava currículo, mas aos 18 anos, nessa fase de serviço militar, ninguém quer contratar”, nesse período, conheceu as aulas do Instituto Proa. “Eu não passei na dinâmica, estava muito inseguro, não tinha uma boa base escolar, era muito tímido, naquele momento não estava pronto para encarar aquele desafio”.
Na segunda tentativa conseguiu a vaga. “Os professores me ajudaram muito, participei de treinamentos e até fiz amigos”, seis meses depois, ao terminar o curso de capacitação para o mercado de trabalho, Gabriel conseguiu um emprego que lhe permite pagar a faculdade.
“Tenho muito orgulho em poder ajudar a minha família, reformei meu quarto, comprei móveis novos e quero muito que meus pais voltem a estudar, que minha irmã mais velha faça uma faculdade também”.
Matheus Nascimento também nasceu na zona leste de São Paulo. Ao terminar o ensino médio, conseguiu uma bolsa de estudos para cursar a faculdade de história. No meio do caminho, além do curso no Proa, o jovem mudou para Direito e hoje, após seis meses de um longo processo seletivo, trabalha no banco JP Morgan. “Uma realidade completamente diferente, uma empresa multinacional, aprendo muito todos os dias”.
Gabriel e Matheus transformaram o presente depois de uma oportunidade real de mudança. Essa é a proposta do Instituto PROA, uma ONG (Organização Não-Governamental) que tem o compromisso de criar oportunidades de empregabilidade para jovens de baixa renda de São Paulo.
São atendidos jovens entre 17 e 19 anos, estudantes da rede pública, que durante seis meses recebem um curso com qualificação profissional. “Nosso foco é transformar o futuro de jovens de baixa renda, transformar sua trajetória, que eles possam, após o curso, conseguir um emprego e estudar”, explica Rodrigo Dib, CEO do Instituto Proa.
O curso é realizado no contraturno escolar, tem duração de seis meses e pode ser realizado no período da manhã ou tarde. A formação inclui disciplinas técnicas, como práticas administrativas, informática, comunicação e matemática.
“Também trabalhamos a questão comportamental, a estima, além de ampliar o repertório cultural", diz Dib. "Acompanhamos esses estudantes por 3 anos após o curso”.
As inscrições para novas turmas estão abertas, basta acessar o site: https://www.proa.org.br/p/aluno-proa