Guterres alerta para riscos das escolas fechadas
Loey Felipe/ONU/EFE - 16.6.2019O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, alertou, nesta terça-feira (4), que o mundo encara uma “catástrofe geracional” devido ao fechamento das escolas em meio à pandemia de coronavírus e disse que colocar os alunos de volta às salas de aula precisa ser “prioridade”.
Leia mais: ONU: fechamento de cantinas escolares afeta 300 mi de crianças
Guterres disse que até meados de julho as escolas estavam fechadas em por volta de 160 países, afetando mais de 1 bilhão de estudantes. Pelo menos 40 milhões de crianças perderam a pré-escola.
Mais de 250 milhões de crianças já estavam fora da escola antes da pandemia e apenas um quarto de estudantes de ensino médio em países em desenvolvimento saem com habilidades básicas, disse, em um comunicado por vídeo.
Leia mais: Unesco: Pandemia acelerou a exclusão escolar em países pobres
“Agora, encaramos uma catástrofe geracional que pode desperdiçar incontável potencial humano, prejudicar décadas de progresso e exacerbar desigualdades entrincheiradas”, disse Guterres, ao lançar a campanha “Salve nosso Futuro”, da ONU.
“Assim que a transmissão local de Covid-19 estiver sob controle, colocar os alunos de volta às escolas e instituições de ensino, com o máximo de segurança possível, precisa ser uma prioridade”. disse. “Consulta com pais, cuidadores, professores e jovens é fundamental.”
As recomendações da ONU para a retomada da educação global foram feitas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionar pela reabertura das escolas, diante da oposição de alguns professores e pais, enquanto a Covid-19 ainda ganha velocidade em muitas partes do país.
O coronavírus, que apareceu inicialmente na China no final do ano passado, contagiou 4,6 milhões de pessoas nos Estados Unidos e matou mais de 155 mil desde fevereiro, segundo a contagem da Reuters. As mortes cresceram em mais de 25 mil em julho e os casos dobraram em 19 Estados durante o mês.
Globalmente, o coronavírus contaminou pelo menos 18,1 milhões de pessoas e houve mais de 689 mil mortes registradas, segundo a contagem da Reuters.
Copyright © Thomson Reuters.