Pais e professores temem volta às aulas presenciais
Preocupação com o contágio aflige famílias inseguras em mandar as crianças para a escola e professores, que ainda têm a sobrecarga de trabalho
Educação|Karla Dunder, do R7
A volta às aulas presenciais é assunto frequente nas conversas em grupos de aplicativos de pais, muitos se sentem inseguros em mandar os filhos para a escola em meio a pandemia de coronavírus. Professores têm medo da contaminação ao retornar às atividades presenciais e da sobrecarga de trabalho.
Mariana Guedes é mãe de três meninas: Ingrid de 18 anos, Isadora de 11 anos e Isabel de 7 anos. Cada uma em uma fase da vida escolar. "Temos muita informação e, ao mesmo tempo, pode ser muito confuso", diz. "Eu tenho muito receio das minhas filhas relaxarem nos cuidados com a higiene, de contraírem o vírus, procuro manter o equilíbrio."
Leia mais: Só SP, AM e DF agendam volta às aulas presenciais durante pandemia
Manter as emoções equilibradas têm sido um desafio neste período de pandemia. "O convívio em casa com as aulas online gera um misto de sentimentos, oscilamos entre tensão, frustração, compreensão, cansaço, alegria, saudade", conta. "A parceria com escola ficou mais estreita, o esforço dos professores é louvável, mas as meninas muitas vezes ficam tristes, choram, é preciso ter paciência e aguardar o momento certo para voltar para às aulas presenciais."
A professora Maria*, que trabalha em uma escola particular de São Paulo, acha "impossível coordenar todas as atividades em sala de aula, uma pessoa só para atender as crianças no presencial e online é não dar atenção devida a nenhum."
Maria conta que no início da pandemia, quando as aulas passaram a ser transmitidas por aplicativos, ela chegou a trabalhar 12 horas por dia e preparar atividades no fim de semana. "Existe uma diferença entre aula presencial e online, fora que a escola não deu nenhum treinamento, novamente teremos um novo começo e ninguém sabe como será, me preocupo em saber como darei conta de tudo."
"Eu tenho medo da contaminação, de como meu corpo vai reagir, a sensação é de que estou em um laboratório e, ao mesmo tempo, parece que ninguém se preocupa com o professor", desabafa.
Em São Paulo, o governo do Estado anunciou o retorno para o dia 7 de outubro.
*Nome trocado a pedido da entrevistada.