Só 3% das escolas públicas têm internet nos padrões internacionais
Levantamento foi feita pela Fundação Lemann com base no Censo e pelo medidor do NIC.br, que monitora velocidade das conexões
Educação|Karla Dunder, do R7
Apenas 3,2% das escolas públicas brasileiras têm internet com velocidade de acordo com os padrões internacionais. É o que mostra um levantamento feito pela Fundação Lemann, com base nos dados disponíveis pelo Censo 2020 e pelo Medidor SIMET.
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"Sabemos que 75% das escolas têm acesso à internet, mas a velocidade é suficiente apenas para as questões administativas, não para realizar chamadas por vídeo, fundamentais para o ensino remoto", explica Cristieni Castilhos, gerente de Conectividade da Fundação Lemann.
De acordo com o estudo, a velocidade que chega nas escolas é de 17 mbps (megabits por segundo). O que não é suficiente para as aulas no modelo híbrido. "Para que um professor possa fazer uma chamada de vídeo com metade dos alunos que ficou em casa será necessário mais de 100 megabits."
Para auxiliar gestores públicos, a Fundação Lemann, o NIC.br e a Sincroniza Educação, com apoio de parceiros como Cisco, Instituto Claro e Rede Mulheres do Brasil, lançaram a campanha Nossas Escolas Conectadas 2021. O obetivo é apoiar secretarias de educação e escolas de todo o país a instalar o Medidor SIMET, uma ferramenta gratuita, que monitora a qualidade da conexão de internet e permite o acompanhamento em tempo real das métricas de banda larga fixa nas escolas públicas do país.
"A partir do momento que esse gestor sabe qual a velocidade que possui, pode planejar ações para resolver o problema ou investir mais para elevar essa velocidade", avalia a gerente. O Medidor é um instrumento para identificar em quais unidades de ensino alunos e professores ainda necessitam de acesso à internet de qualidade.
Todos os dados colhidos pelo Medidor são públicos e registrados no Mapa Nacional de Conectividade, onde secretários e diretores podem consultar os dados de velocidade e outras informações sobre a internet da sua escola.
Para usar a ferramenta, basta fazer o download gratuito em um computdor disponível para uso pedagógico. "A própria escola pode verificar se o problema é do roteador ou com as operadoras."
Recentemente, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) fez uma parceria com o NIC.br para levar o instrumento para outros países. No Brasil, o Medidor está presente em apenas 27 mil das mais de 140 mil escolas públicas do país. Na prática, não há informações públicas sobre a qualidade da internet da maioria das escolas.