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Educação

Três em cada quatro moradores de favela dizem que só é possível subir na vida com muito estudo

Fazer faculdade é um projeto de 1,4 milhões de pessoas que vivem nestas comunidades

Educação|Do R7

Segundo o Data Popular, 73% dos jovens de favela com idade entre 18 a 30 anos já estudou mais que seus pais
Segundo o Data Popular, 73% dos jovens de favela com idade entre 18 a 30 anos já estudou mais que seus pais

A grande maioria dos jovens que moram nas favelas brasileiras (76%), concorda totalmente (48%), ou em parte (28%), que só é possível progredir na vida com muito estudo. Hoje, fazer faculdade é um projeto de 1,4 milhões de pessoas destas comunidades, onde vivem 11,4 milhões de brasileiros.

Renda na favela cresce, mas moradores têm dificuldade em pagar contas

Renato Meirelles, diretor da empresa de pesquisa Data Popular, explica porque a educação foi identificada como uma das principais aspirações dos jovens numa pesquisa chamada Radiografia das favelas brasileiras, que originou o livro “Um País chamado favela” (Editora Gente), lançado hoje (7).

— Eles [moradores de favela] sabem que a educação é uma das poucas coisas que não pode ser tomada. O governo pode cortar o bolsa família, o patrão pode tirar o emprego, mas aquilo que aprendemos fica. Além disso, o salário médio dos trabalhadores aumenta cerca de 15,7% a cada ano de estudo.


Meirelles, que se tornou um especialista em pesquisas junto aos consumidores da classe C, conta que o estudo se tornou uma espécie de "seguro" para essa parcela da população porque os pais apostam que a educação trará menos restrição para seus filhos.

Segundo o Data Popular, 73% dos jovens de favela com idade entre 18 a 30 anos já estudou mais que seus pais. Isso significa que eles concluíram pelo menos o ensino fundamental. Na parcela mais rica da população, esse percentual cai para 30%.


Livros ainda são raridade

Se por um lado a educação é percebida como um bem que melhorar as condições de vida, os livros, principais canais usados na tramsmissão do conhecimento escolar, ainda são raridade nas comunidades carentes.


Em 38% dos domicílios das favelas do País não há ao menos um livro. Em 35% deles, encontram se de um a dez. Apenas 5% das moradias possuem uma biblioteca familiar, com mais de cinquenta livros. Menos de um terço, ou seja, 27% dos moradores das favelas leram ao menos um livro (exceto a Bíblia) no último ano.

Fiado, wi-fi compartilhado, e relação com vizinhos fazem de favela um bom lugar

Para Mauricio Fanganiello, vice-presidente de negócios editoriais da Saraiva, o preço ainda é a principal barreira que impede a disseminação dos livros. 

— Neste ponto, o digital traz como possibilidade de acesso para a chamada Classe C porque reduz os preços, que no geral ficam 30% mais baratos.

Meirelles, do Data Popular, concorda que o preço dos livros aliado ao alto índice de analfabetismo detectado entre a parcela mais velha da população das favelas são os principais motivos que dificultam a disseminação dos livros.

A pesquisa Radiografia das favelas brasileiras foi realizada em setembro de 2013, pelo Data Favela, com 2.000 pessoas. Foram entrevistados moradores de 63 favelas, de dez regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal).

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