Weintraub defende o ensino fundamental em fala na Câmara
Ministro da Educação apresentou slides no plenário para justificar aos parlamentares o contingenciamento de verba para universidades e pesquisa
Educação|Karla Dunder, do R7
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, está na Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (15) para detalhar como será feito o bloqueio de verbas de universidades públicas e institutos federais. A sessão foi aberta pelo deputado Marcos Pereira (PRB) , no plenário da Câmara.
Weintraub foi convidado a falar por meia-hora sobre o contingenciamento de verbas. O ministro apresentou slides e começou falando sobre o PNA (Política Nacional de Alfabetização) e ensino básico. "As crianças mais vulneráveis não estão nas creches, no ensino fundamental está quase universalizado, mas a questão é a qualidade", disse. "O ensino médio não está universalizado e não atingiremos as metas que o Congresso apresentou à nação".
Ministro deu como exemplo a Coreia do Sul. "Eles investiram nas bases, no ensino básico e técnico" para defender o ensino técnico. "O Brasil investiu no ensino técnico, o programa Pronatec teve R$13 bilhões de investimento, mas parou de fazer e ninguém desta casa reclamou".
"Não estou querendo diminuir o ensino superior, mas sim cumprir o plano de governo apresentado durante a campanha, e a prioridade é ensino básico e técnico", disse Weintraub.
De acordo com as projeções apresentadas, 34% dos estudantes estão no ensino superior, "a meta 50% não está tão longe dos outros indicadores", no entanto, destacou "a expansão se deu via rede privada, não foi do governo federal. "E a meta 40% das vagas viria do governo federal, pergunto: de onde vai sair esse dinheiro?"
Weintraub ainda defendeu que as metas para pesquisa foram cumpridas e que os cursos de "ciências sociais e humanidades geram pouco impacto, produção científica, que é baseada nas áreas de ciências e saúde."
No entanto, em sua fala, não houve explicação sobre o contingenciamento de verbas.
A convocação de Weintraub, que o obriga a comparecer à comissão geral, foi aprovada pelos parlamentares na terça-feira (14), por 307 votos a 82.