Petistas nacionalizam campanha em outras cidades além de SP
Candidatos de outras seis capitais levaram reformas trabalhista e da Previdência à campanha
Eleições 2016|Do R7
Além do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, candidatos do PT à prefeitura de pelo menos outras seis capitais adotaram a estratégia de incluir temas da agenda de reformas trabalhista e da Previdência do governo Michel Temer no debate eleitoral municipal.
A ideia é vincular adversários de partidos que apoiam o governo federal às medidas potencialmente impopulares de Temer.
Em Porto Alegre (RS), onde quatro candidatos estão embolados na disputa pelo primeiro lugar das pesquisas, o petista Raul Pont tem abordado em quase todos eventos da campanha temas como as reformas trabalhista e da Previdência e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241, que cria um teto de gastos para o governo e, segundo petistas, deve reduzir repasses federais para prefeituras.
— Estamos incorporando isso na campanha porque é uma questão natural. Em Porto Alegre, como na maioria das capitais, a maior parte das obras e dos repasses vem do governo federal.
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'Golpe'
A estratégia de nacionalizar o discurso se repete em capitais como Natal e em grandes cidades como Campinas. Em Fortaleza (CE), a campanha da petista Luizianne Lins também tem explorado o fato de o deputado Moroni Torgan (DEM), candidato a vice do atual prefeito, Roberto Cláudio (PDT), ter votado a favor do impeachment de Dilma Rousseff enquanto o prefeito se declarou contra.
No Recife (PE), o candidato do PT, João Paulo, incluiu a tese do "golpe" em seu discurso.
— A partir de agora, nenhum governante eleito pode ter tranquilidade para cumprir seu mandato, mesmo que siga integralmente os preceitos constitucionais. Basta uma discordância política e a falta de maioria no parlamento para ser apeado do cargo.
O deputado Reginaldo Lopes, candidato do PT à prefeitura de Belo Horizonte, explorou em perfis nas redes sociais a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e as recentes manifestações "Fora, Temer" e "Diretas-Já". Segundo o presidente do PT, Rui Falcão, não se trata de uma estratégia nacional.
— Dependendo da cidade pode ter impacto, em outras a questão local é que predomina. Não sei medir isso. Mas evidentemente isso vai desgastando o governo golpista.