Bolsonaro enviou telegrama de apoio a neto de Augusto Pinochet
Telegrama foi enviado à embaixada brasileira em 2006 e o pedido de Bolsonaro foi negado pelo Ministério das Relações Exteriores
Eleições 2018|Do R7
O candidato à Presidência nas eleições 2018, Jair Bolsonaro (PSL), pediu, em telegrama enviado à Embaixada do Brasil no Chile, que fosse transmitida sua mensagem de solidariedade ao neto do general Augusto Pinochet, Augusto Pinochet Molina, após esse ter sido afastado do Exército por ter feito pronunciamento no sepultamento do avô.
Na mensagem, Bolsonaro afirma sua admiração por Molina não ter se curvado às "mentiras da esquerda" e fala do "saudoso" General Pinochet. O telegrama foi enviado à embaixada brasileira em 2006 e o pedido de Bolsonaro foi negado pelo Ministério das Relações Exteriores.
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O recebimento do telegrama é relatado em uma mensagem enviada pela Embaixada do Brasil em Santiago de 2006, que está disponível no site de acesso à informação do governo federal, responsável por atender pedidos de informações e solicitações de documentos públicos.
Na mensagem, o então embaixador do Brasil no Chile, Mario Vilalva, afirma ter recebido um telegrama do deputado federal Jair Bolsonaro em que ele pede que seja transmitida "minha solidariedade e admiração por sua dignidade ao não se curvar às mentiras da esquerda e honrar o nome do avô".
Bolsonaro diz ainda que o mundo sabe que "o elevado índice de desenvolvimento humano ora desfrutado pelos irmãos chilenos em muito se deve às ações desenvolvidas no Governo do saudoso General Pinochet."
Em uma segunda mensagem, a secretaria-geral do Ministério das Relações Exteriores afirma que não pode transmitir mensagens pessoais. "Vossa Excelência poderá informar ao Deputado Jair Bolsonaro que o Ministério não transmite mensagens pessoais, as quais deverão ser, caso deseje o parlamentar, encaminhadas diretamente aos destinatários", afirma a resposta de Brasília ao embaixador chileno.
O general Augusto Pinochet assumiu a presidência do Chile após um violento golpe de Estado em 1973, comandando o país até 1990. Ele morreu em 2006.