Debate da RecordTV ao governo de SP tem confronto de ideias
Os sete postulantes ao cargo discutiram propostas para os próximos quatro anos, mas também houve momentos de embates
Eleições 2018|Fernando Mellis, Juliana Moraes e Thais Skodowski, do R7
Os sete principais candidatos ao governo de São Paulo participaram na tarde deste sábado (29) do debate promovido pela RecordTV.
Luiz Marinho (PT), Márcio França (PSB), Marcelo Candido (PDT), Rodrigo Tavares (PRTB), Lisete Arelano (PSOL), João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB) discutiram durante uma hora e meia os principais assuntos que interferem na vida dos paulistas: saúde, educação e segurança pública.
Faltando oito dias para as eleições, alguns deles partiram para ataques e provocações. Logo no início, João Doria perguntou a Márcio França sobre uma suposta proposta de criar taxas para quem vive perto de estações de metrô e o chamou de "Márcio Taxa".
França rebateu e falou que Doria abandonou a prefeitura, que “atrapalhou a candidatura de Alckmin [à Presidência]” e que a disputa ao governo de São Paulo é um "prêmio de consolação".
Luiz Marinho também direcionou ataques a João Doria. O petista disse que ele "poderia visitar amigos que também foram presos" e citou nomes como o do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). Segundo Marinho, o tucano "senta no rabo e fala dos outros".
Doria atribuiu ao PT o desemprego alto e o fechamento de empresas em todo o país. O candidato tucano ainda declarou que o PT entende de criminalidade e que “o maior chefe da quadrilha criminosa [Lula] está preso". Ainda segundo ele, os petistas “não gostam do Sérgio Moro porque ele colocou o líder na cadeia.”
Em outro momento, o tucano disse que fez mais em um ano e cinco meses na Prefeitura de São Paulo do que o antecessor, Fernando Haddad (PT), em quatro anos.
Após o debate, João Doria minimizou os ataques e voltou a dizer que Márcio França "é um esquerdista disfarçado" e o criticou como vice-governador de Geraldo Alckmin (PSDB).
"Foi vice absolutamente fraco, porque nem sequer fez política pública... se tivesse feito, não ficaria aqui depois de quatro anos sem nenhum programa que ele possa ter dito que foi ele que cumpriu", afirmou.
Paulo Skaf foi relacionado ao problemas do governo de Michel Temer (MDB) por Luiz Marinho. Ao final, disse que "não vai entrar nessa política de véspera de eleição".
"Um dos candidatos aí [Márcio França] está há oito anos no governo, não fez nada. O outro [João Doria] é de uma partido que está há 24 anos no governo, não resolveu nada e agora vai resolver tudo.
Em tom de piada, França disse que Doria e Skaf são iguais.
"Alguns candidatos, o ‘mandioca e o macaxeira’ têm o mesmo jeito de falar. Parece que é tudo marketing, são frases prontas, coisas que alguém inventou, não fica uma coisa verdadeira, parece algo plástico", concluiu.
Além das trocas de farpas, houve também apresentação de propostas e discussões sobre temas importantes na vida dos paulistas, como educação, saúde e segurança pública.
O candidato do PT afirmou que a educação básica é prioridade absoluta e a única forma capaz de mudar a realidade das pessoas, além de garantir emprego. O petista declarou que vai investir pesado para que as famílias coloquem seus filhos em creches públicas.
Marcio França, por sua vez, disse que vai valorizar o salário dos professores e que vai modernizar o curso técnico, além de garantir o acesso para as crianças com necessidade especial.
Paulo Skaf declarou que vai investir nas Etecs e Fatecs (escolas e faculdades de ensino técnico) e fazer com que os alunos tenham um ensino de qualidade gratuito.
Professora Lisete garantiu que vai reforçar o magistério, recompor o corpo docente e também o corpo das escolas, além de aumentar o salário dos professores. Ela ainda declarou que o Estado e o município precisam assumir uma responsabilidade conjunta.
Marcelo Candido defendeu que o Estado precisa se relacionar com os municípios para melhorar o atendimento das escolas à população.
Rodrigo Tavares, por sua vez, defendeu a modernização do ensino e levar uma “gameficação”, para que os jovens se interessem mais pelas escolas.
Na área de segurança pública, Doria prometeu criar batalhões semelhantes ao da Rota em todo o Estado. Marcelo Cândido defendeu incentivos para ações sociais.
Paulo Skaf falou em organizar as polícias, investir em tecnologia e retomar o controle dos presídios. Ele também defende uma mudança na legislação para acabar com as saidinhas de presos.
Sobre saúde, França disse que vai abrir todas as AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) aos fins de semana, para aliviar as longas esperas.
Assista ao debate na íntegra: