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Eleições 2018

Delatora da Lava Jato diz que Haddad sabia do uso de caixa 2

Força Tarefa da Lava Jato em SP investiga candidato do PT por uso de caixa 2 na campanha à Prefeitura em 2012

Eleições 2018|Da RecordTV

Assessoria de Haddad questionou validade de delação
Assessoria de Haddad questionou validade de delação

A publicitária Mônica Moura afirmou em delação premiada à Força Tarefa da Lava Jato que o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT), sabia do uso de caixa 2 na campanha à Prefeitura de São Paulo em 2012. O depoimento integra o acordo de delação feito com o Ministério Público Federal. Com base nas informações foi aberto um inquérito ainda em andamento na Procuradoria da República em São Paulo.

Mônica Moura e João Santana, eram os marqueteiros do PT que fizeram as campanhas de Lula e Dilma. Eles também atuaram na campanha de Haddad à Prefeitura de São Paulo, em 2012. Na delação, os marqueteiros apontaram que ao menos R$ 20 milhões entraram na campanha do petista em valores não declarados, sendo que R$ 15 milhões foram pagos pela Odebrecht.

O casal foi preso em 2016 na Operação Acarajé, 23ª fase da Operação Lava Jato. Os marqueteiros ficaram seis meses recolhidos em um presídio em Curitiba até que decidiram fazer a delação. Atualmente, eles cumprem prisão domiciliar em Salvador. O acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal em 2017. No anexo 7, constam as denúncias contra Haddad.

O depoimento foi registrado em uma gravação de vídeo com 23 minutos e 32 segundos. Mônica afirma que Fernando Haddad tinha conhecimento do esquema de financiamento ilegal da campanha, porém procurava se esquivar quando cobrado pelo pagamento do dinheiro atrasado. O trecho que cita o envolvimento direto do candidato do PT começa aos 15 minutos e 46 segundos.


“Ele tinha conhecimento. Falava que sabia, mas sempre dizia que o Vaccari vai resolver isso. É tipo assim: eu sou candidato porque eles querem. Não tenho nada a ver com financiamento de campanha”, explica a publicitária no depoimento.

Vaccari é João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, preso em 2015 na 12ª Fase da Operação Lava Jato. Ele foi condenado a 24 anos de prisão por envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato.


Mônica ainda explicou aos procuradores que Vaccari teria procurado Haddad, já depois de eleito, para cobrar o dinheiro devido aos marqueteiros pela campanha. “Vaccari me dizia: ele agora é prefeito. Era fácil para ele conseguir alguma empresa que pagasse isso para vocês, mas ele tira o corpo fora como se não fosse com ele”

Outro Lado


Procurada, a assessoria de Fernando Haddad informou que “delações sem documentos para obter benefícios judiciais e feitas sem apresentar nenhuma prova, não têm nenhum valor legal”.

Juliano Campelo, advogado da publicitária Mônica Moura, disse que “não irá se manifestar sobre o assunto”.

Em nota, o advogado Luiz Flávio D’Urso, que defende João Vaccari Neto no processo, informou que: “A afirmação acusatória emana exclusivamente da palavra de uma delatora, destituída dequalquer prova, pois tal afirmação não é verdade. Pela lei brasileira, palavra de delator sem prova, juridicamente nada vale, pois o delator, que é um criminoso confesso tenta diminuir sua punição, o que já é o bastante para se desconfiar do que fala sem provas.”

Veja abaixo a íntegra do depoimento da publicitária à PF

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