Haddad pede gesto de Ciro Gomes na reta final da campanha
Candidato do PT disse nesta sexta (26) que pesquisas internas do partido mostram desvantagem de cinco pontos contra Jair Bolsonaro (PSL)
Eleições 2018|Do R7
O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (26) que pesquisas internas do PT mostram uma desvantagem de cinco pontos de sua candidatura para a de Jair Bolsonaro (PSL). O petista afirmou que espera uma fala "dura" do ex-presidenciável Ciro Gomes "contra o fascismo" e a favor de sua campanha.
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"Eu sim espero que ele (Ciro), ao desembarcar [de viagem à Europa], faça uma fala dura contra o fascismo, contra o discurso do ódio. Tenho certeza que ele vai fazer uma fala dura e nós vamos vencer juntos", afirmou Haddad em entrevista à Rádio Super, de Minas Gerais.
Ciro, terceiro colocado na disputa presidencial pelo PDT, desembarca da Europa nesta sexta-feira. O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que conversará com Ciro para ver "o que mais é possível fazer" em defesa da candidatura de Haddad. O petista conversou com Lupi na quarta-feira e pediu uma ação mais incisiva de Ciro antes da votação do segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, no domingo (28).
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Durante a entrevista, Haddad voltou a dizer que, se vencer a eleição, será necessário fazer um governo amplo, "com todos os democratas".
Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira mostrou Bolsonaro na liderança do segundo turno da disputa presidencial com 56% das intenções de votos válidos, contra 44% de Haddad, uma diferença de 12 pontos. No levantamento anterior, há três, a distância era de 18 pontos.
Meio-ambiente
Em entrevista mais cedo a outra rádio, o candidato do PT classificou de "suicida" a proposta de Bolsonaro de unir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, apesar de o candidato do PSL ter dito que está aberto a rever essa medida.
Segundo Haddad, o Brasil perderá mercado no exterior caso se descuide das questões ambientais.
"A proposta do meu adversário de fundir os ministérios do Meio Ambiente e Agricultura vai acabar com o agronegócio no país, porque Europa e Estados Unidos não vão comprar nossos produtos se não houver um acordo com meio ambiente", disse Haddad em entrevista à rádio Globo do Mato Grosso do Sul.
"Nossos produtos hoje são certificados, por isso eles têm mercado no mundo desenvolvido. Vamos parar de produzir simplesmente porque não vamos ter para quem exportar. O meu adversário está fazendo uma proposta suicida", disse.
A fusão dos dois ministérios foi uma das primeiras propostas de Bolsonaro. Aliados do candidato do PSL, no entanto, afirmaram esta semana que a ideia pode ser revista, depois que integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária e outros produtores rurais levaram ao capitão da reserva a preocupação com a ideia justamente pelas razões levantadas por Haddad.
O candidato do PT ressaltou o fato de o Brasil ser um grande exportador, mas lembrou que o mundo hoje exige práticas de acordo com regras internacionais de proteção ao meio ambiente, e chamou Bolsonaro de "despreparado" para lidar com essas questões.
A proposta petista para a área, disse Haddad, prevê desmatamento líquido zero, com a exploração de áreas já desmatadas e pouco produtivas e o desmatamento de outras, quando necessário, dentro das regras atuais, além de reflorestamento.
"Não precisamos derrubar mata para ampliar produção. Basta deixar áreas que hoje não produzem mais produtivas", disse.