PF começa a investigar fake news contra presidenciáveis no WhatsApp
Anúncio sobre a apuração foi feito pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que atendeu a pedido da procuradora-geral, Raquel Dodge
Eleições 2018|Raphael Hakime, do R7
A PF (Polícia Federal) abriu neste sábado (20) um inquérito para investigar a disseminação de notícias falsas, conhecidas como fake news, no WhatsApp contra os candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
A informação foi confirmada pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
"Atendendo a solicitação da PGR, determinei a Polícia Federal abertura de inquérito nos termos do ofício abaixo", disse o ministro ao compartilhar o documento que pedia a apuração.
A investigação pretende esclarecer se empresas de tecnologia da informação espalharam, "de forma estruturada, mensagens em redes sociais referentes aos dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições para presidente da República".
Como justificativa para a apuração, Dodge indicou que "fatos mencionados em reportagens jornalísticas já motivaram a abertura de procedimento apuratório pela Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE)".
A procuradora-geral apontou também a possibilidade de existir uma "eventual utilização de esquema profissional por parte das campanhas, com o propósito de propagar notícias falsas".
Dodge, que também é a procuradora-geral eleitoral, destacou que, embora o caso ainda exija apuração na esfera criminal, "o uso especializado e estruturado de logística empresarial para a divulgação em massa de informações falsas configura o tipo penal previsto no artigo 57-H, parágrafo 1º, da Lei 9.504/1997, com redação dada pela Lei 12.891/2013".
A PGR (Procuradoria-Geral da República) indicou que usar a tecnologia para espalhar dados e informações falsos sobre candidatos ou que ofendam a honra e imagem deles "pode interferir na opinião de eleitores". Dodge disse ainda que disseminar fake news tem “alta potencialidade lesiva”.
"[A prática] afronta a integridade das eleições e é uma nova realidade mundial que exige investigação com a utilização de um corpo pericial altamente gabaritado e equipamentos adequados para se identificar a autoria e materializar a ocorrência desse novo formato de crime”, encerrou.