'Sim' de Moro para ministério é ganho para o Brasil, diz Bolsonaro
Juiz da Lava Jato aceitou, nesta quinta-feira (1º), convite para assumir o comando da Justiça, pasta que também vai absorver Segurança Pública
Eleições 2018|Raphael Hakime, do R7
Em entrevista à RecordTV, a primeira à imprensa após Sergio Moro aceitar o convite para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que o juiz da Lava Jato está "com muita vontade" de assumir a pasta e que a Lava Jato não será esquecida.
A entrevista foi dada ao jornalista Eduardo Ribeiro nesta quinta-feira (1º). O R7 antecipou na quarta-feira (31) que Moro aceitaria o convite. Bolsonaro disse que ele e Moro concordaram "100% em tudo".
— Quem ganha é o governo Jair Bolsonaro e o Brasil com essa agenda positiva de uma pessoa que, por si só, pelo seu trabalho, demonstrou ao povo brasileiro que é possível, sim, combater um dos principais males que temos na nossa nação, que é a corrupção.
Bolsonaro garantiu também que a Lava Jato "não será esquecida, até porque temos bons juízes no Brasil todo, em especial em Curitiba, que acompanha esse caso. Ele não vai mais combater a corrupção no âmbito da Lava Jato, mas no âmbito de todo o Brasil".
O presidente eleito disse ainda que Moro terá "toda a liberdade para escolher todo o seu segundo escalão", como o chefe da Polícia Federal por exemplo. "Obviamente, não é uma especialidade dele a segurança pública, mas, bem assessorado e com a inteligência que lhe é peculiar, ele vai encontrar as condições adequadas nessa área", completou.
Vontade
Na conversa com a RecordTV, Bolsonaro disse que Moro está "com muita vontade de realmente levar adiante a sua agenda", o que, segundo Bolsonaro, o "deixou muito feliz".
— Afinal de contas, uma das questões que mais aflige a população brasileira é a questão corrupção. E agora, vamos atacar de forma global no Brasil, não apenas na Lava Jato.
Veja a entrevista na íntegra:
Transição
Sobre a transição, Moro não deverá se afastar agora da magistratura, mas já participará da transição. "[O Ministério da Justiça e Segurança Pública] passou a ser um superministério, a exemplo do Paulo Guedes [Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento] e a exemplo do Augusto Heleno [Defesa], então teremos três superministérios no Brasil no momento", afirmou Bolsonaro.
O presidente eleito disse também que Moro vai "vai renunciar, não vai se aposentar proporcional", à magistratura. "Isso pesou muito na decisão dele, mas ele está imbuído de servir à Pátria no combate ao crime organizado, mesmo deixando de lado esse tempo todo que ele passou prestando serviço, cerca de 22 anos, na magistratura. É louvável essa decisão dele. Eu o chamo até de soldado agora", finalizou.
Repercussão
O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), emitiu uma curta nota parabenizando o presidente eleito por ter trazido Sergio Moro para sua equipe de ministros. "Sérgio Moro é um patrimônio moral do Brasil. Ter o juiz Moro como Ministro da Justiça dignifica o governo Bolsonaro e sinaliza um novo caminho de transparência e verdade na política brasileira".
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também elogiou a escolha.