Urnas são levadas de carroça para comunidades ribeirinhas afetadas pela seca no Pará
Logística foi necessária na cidade de Santarém (PA), que tem mais de 246 mil eleitores aptos a votar
Eleições 2024|André Gomes, do R7, em Belém, e Rafaela Soares, em Brasília
O TRE-PA (Tribunal Regional Eleitoral do Pará) montou uma logística especial para permitir que as comunidades ribeirinhas de Santarém (PA) participem do segundo turno das eleições municipais neste domingo (27). Devido à estiagem que afeta a região, as urnas foram transportadas em carros e carroças, em áreas que antes eram tomadas pelas águas do rio Tapajós.
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Na cidade, mais de 246 mil eleitores voltam às urnas para escolher os nomes que ocuparão a prefeitura pelos próximos quatro anos. Para atender à população, o TRE-PA convocou 3.336 mesários e 25 equipes de TI (Tecnologia da Informação), que darão suporte ao funcionamento das urnas e ao processo de apuração.
Santarém conta com três Zonas Eleitorais, 302 locais de votação e 865 seções. O local com o maior número de eleitores é a Escola Estadual de Ensino Médio e Fundamental Rio Tapajós, no bairro Diamantino, com 5.107, seguida pela Escola Municipal de Ensino Fundamental Princesa Izabel, no bairro da Nova República, com 4.961 votantes.
No primeiro turno, 49.781 pessoas também não votaram na cidade, representando um percentual de 20,21%. A previsão para a divulgação dos resultados dos eleitos na capital é às 18h e, em Santarém, às 19h.
Situação de escassez hídrica
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aprovou, em 23 de setembro deste ano, situação de escassez hídrica no trecho baixo do rio Tapajós, entre Itaituba (PA) e Santarém (PA), até 30 de novembro. A medida, tomada devido à falta de chuva nas localidades, tem em vista aumentar a segurança hídrica da região e diminuir os impactos dos baixos níveis dos rios sobre os usos da água.
A chuva acumulada na Bacia do Tapajós entre outubro do ano passado e agosto de 2024 ficou abaixo da média, tendência que segue no atual período de seca. Os resultados negativos afetaram os níveis dos rios, principalmente nos municípios do trecho baixo. Nesses locais, as vazões estão abaixo da média histórica. O cenário impactou a navegação e as estruturas de captação nos rios.
O transporte aquaviário na hidrovia do Tapajós foi responsável por carregar cerca de 14,6 milhões de toneladas no ano passado, segundo a ANA. Entre os itens mais transportados, estão o milho (45%) e a soja (45%). Além de permitir o escoamento de produtos e cargas, os rios da região amazônica são as principais vias de ligação entre as comunidades da região e serviços públicos básicos, como saúde e educação.
A ANA alertou para o risco de a situação piorar ainda mais nos próximos meses. “A declaração busca comunicar à população a gravidade da situação de seca na região, permitir que instituições gestoras e diferentes usuários de recursos hídricos no rio Tapajós adotem medidas preventivas para mitigar os impactos nos diversos usos da água e sinalizar aos usuários que a ANA, se necessário, poderá alterar regras de uso da água e adotar outras medidas”, destacou.
Zerésima
Antes da votação, as seções eleitorais na capital paraense já imprimiram a zerésima, documento comprova que a urna eletrônica não possui votos antes do início da apuração. Até agora não há informações de urnas com problemas.