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Cometa 3I/ATLAS choca astrônomos com níquel atômico em sua composição

3I/ATLAS revela uma química interestelar sem precedentes

Fala Ciência

Fala Ciência|Do R7

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O cometa 3I/ATLAS fotografado pelo Hubble mostra seu núcleo e casulo de poeira, com estrelas de fundo riscadas pelo rastreamento. (Crédito da Imagem: NASA, ESA, David Jewitt ( Fala Ciência

O cometa 3I/ATLAS chegou ao Sistema Solar trazendo uma assinatura química que intriga astrônomos. Diferente de qualquer cometa tradicional, ele exibe níquel atômico em sua composição e gases em proporções pouco comuns. 

Esses sinais indicam que o objeto passou por processos químicos extremos durante sua longa jornada pelo espaço interestelar, oferecendo uma oportunidade única para estudar a química de corpos vindos de outros sistemas estelares.


Composição química fora do padrão

Cometas geralmente liberam gases e poeira ao se aproximarem do Sol, formando a coma e a cauda. No entanto, o 3I/ATLAS apresenta características pouco comuns:


  • Dióxido de carbono (CO2) em proporção muito maior que a água;
  • Monóxido de carbono e vapor d’água;
  • Gelo e gases raros, como sulfeto de carbonila;

Essa predominância de CO2 sugere que o cometa passou milhões de anos exposto à radiação cósmica, criando uma camada de gelo que agora começa a evaporar com o calor solar.


O mistério do níquel atômico

Em 6 de agosto, o cometa interestelar 3I/ATLAS foi analisado pelo Telescópio Espacial James Webb da NASA, utilizando o instrumento Espectrógrafo de Infravermelho Próximo. (Cr Fala Ciência

Um dos achados mais impressionantes é a presença de níquel neutro, sem o ferro que normalmente o acompanha em cometas. Observações indicam que o cometa libera:


  • 5 gramas de níquel por segundo
  • 20 gramas de cianeto por segundo

A atividade aumenta à medida que ele se aproxima do Sol, possivelmente devido a moléculas instáveis como níquel tetracarbonil, que se quebram rapidamente liberando níquel atômico e monóxido de carbono.

Pistas sobre sua origem

A composição incomum do 3I/ATLAS sugere que ele se formou em condições diferentes das observadas no Sistema Solar, moldado por milhões de anos no espaço interestelar. 

Apesar de hipóteses mais ousadas sugerirem origens tecnológicas, a explicação mais plausível permanece natural, resultado de processos químicos raros que ocorrem em ambientes extremos.

Observação e futuras descobertas

O cometa permanecerá visível até setembro, antes de se aproximar demais do Sol e dificultar novas análises. Espera-se que retorne à observação no final de novembro ou início de dezembro, permitindo novas oportunidades para investigar sua composição única e comportamento atípico

Cada observação adiciona informações cruciais sobre a química interestelar e a evolução de objetos fora do Sistema Solar.

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