COP30 se aproxima e mundo falha em cumprir objetivos climáticos
Aquecimento global e emissões seguem crescendo, reforçando risco ambiental
Fala Ciência|Do R7

À medida que a COP30 se aproxima, a ONU alerta que o mundo está longe de atingir as metas do Acordo de Paris. O relatório Estado da Ação Climática 2025 revela que nenhum dos 45 indicadores climáticos e ambientais monitorados estão no rumo certo, reforçando que limitar o aquecimento global a 1,5°C acima da era pré-industrial se torna cada vez mais improvável.
O documento evidencia que o consumo contínuo de petróleo, gás e carvão, principais emissores de gases de efeito estufa (GEE), mantém o planeta em rota crítica. Atualmente, a temperatura média global já ultrapassa 1,4°C em comparação com níveis pré-industriais, o que aumenta riscos de ondas de calor extremas, destruição de ecossistemas marinhos e impactos severos à biodiversidade.
Principais desafios destacados pelo relatório:
Urgência de planos nacionais ambiciosos

Para evitar consequências catastróficas, os países precisam apresentar planos de ação climática ousados, incluindo mobilização de recursos financeiros. Estima-se que US$ 1,3 trilhão por ano sejam necessários até 2035 para apoiar nações em desenvolvimento na transição para energias renováveis, consideradas mais baratas, rápidas e eficazes.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) reforça que as emissões globais precisam cair 60% até 2035 em relação a 2019 para manter alguma chance de limitar o aquecimento a 1,5°C ou contê-lo discretamente.
Cenário atual e próximos passos

Apesar do aumento recente no financiamento privado climático, que saltou de US$ 870 bilhões para US$ 1,3 trilhão, os indicadores globais ainda mostram retrocessos em alguns setores, especialmente na descarbonização do aço e transporte. Sem mudanças rápidas e consistentes, o planeta caminha para 2°C ou 2,5°C de aquecimento até 2050, comprometendo ecossistemas, economia e qualidade de vida.
A COP30 representa uma oportunidade crucial para que países se alinhem em ações concretas, aumentem a ambição climática e enfrentem a desinformação sobre a crise ambiental, garantindo que decisões baseadas na ciência e dados climáticos orientem políticas globais.
