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A entrada na Ucrânia e o primeiro contato com a guerra

Repórteres André Tal e Gilson Fredy relatam o drama de atravessar a fronteira e a dificuldade de chegar ao hotel em solo ucraniano

Internacional|Do R7

Quando chegamos à Polônia, a primeira coisa que me chamou a atenção foi ver as mães ucranianas que estavam ali no hotel. Eu e o cinegrafista Gilson Fredy víamos no rosto delas a angústia de ter tanta incerteza, ao mesmo tempo em que elas tentavam passar uma sensação de tranquilidade para os filhos. Esse foi o nosso primeiro drama.

Refugiados na fronteira entre Ucrânia e Polônia
Refugiados na fronteira entre Ucrânia e Polônia Refugiados na fronteira entre Ucrânia e Polônia (WOJTEK RADWANSKI/AFP)

Deixamos a capital polonesa em direção à fronteira da Ucrânia. Enquanto percorríamos na estrada, o cenário ia mudando. A Polônia moderna vai se aproximando da Polônia da fronteira, com casas mais pobres de campo e de madeira.

A nossa carona foi apenas até a entrada da fronteira e não podíamos atravessar a imigração a pé. Tinha que ser de carro. Ficamos em uma jornada de mais de uma hora implorando para alguém deixar a gente entrar. Alguns até deixavam, mas era difícil caber as nossas bagagens.

No fim, conseguimos um carro que nos ajudou a passar pela imigração. E dava para ver o nervosismo dos policiais. Eles têm medo de qualquer infiltração de russos na guerra.

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Quando atravessamos, descobrimos que o produtor que nos esperava do lado ucraniano estava a um quilômetro de distância dali, parado em um bloqueio em uma estrada totalmente escura.

Fazia muito frio e a gente carregava equipamentos e mantimentos pesados. Fomos andando até encontrar uma aglomeração de imigrantes e refugiados. Dava para ver o drama de mulheres, crianças e idosos desesperados para fugir.

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Registro do quarto do hotel, após horas na travessia da fronteira ucraniana
Registro do quarto do hotel, após horas na travessia da fronteira ucraniana Registro do quarto do hotel, após horas na travessia da fronteira ucraniana

Chegamos ao bloqueio e os soldados também estavam muito tensos, querendo saber quem a gente era. Eu conversei com um oficial que falava inglês e ele me pediu para tomar cuidado com as gravações. Eu desejei muita sorte a eles e deu para ver que ele se emocionou. Ele me deu a mão e respondeu: “por favor, mostre ao mundo o que está acontecendo aqui”.

Pegamos um carro e o primeiro impacto da guerra foi se deparar com um comboio gigantesco de carros militares. Eles nos pararam, checaram os documentos e queriam saber se tínhamos armas. 

Entrada ao vivo de dentro do quarto do hotel, na Ucrânia, por conta do toque de recolher
Entrada ao vivo de dentro do quarto do hotel, na Ucrânia, por conta do toque de recolher Entrada ao vivo de dentro do quarto do hotel, na Ucrânia, por conta do toque de recolher

Por fim, chegamos ao hotel e descobrimos que já era hora do toque de recolher. Não podíamos fazer a entrada ao vivo para o Jornal da Record do lado de fora e teve que ser de dentro do quarto do hotel, como mostra a imagem.

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