Advogados deixam defesa de ex-presidente peruano
A decisão foi tomada de maneira conjunta com Pedro Castillo; o político é investigado pelos crimes de rebelião e conspiração
Internacional|Do R7
Os advogados do ex-presidente peruano Pedro Castillo, Ronald Atencio e Raúl Noblecilla, anunciaram nesta segunda-feira (19) que deixaram a defesa dele, em uma decisão tomada em conjunto com o próprio político, mas não revelaram o motivo.
"Tendo conversado com nosso cliente em conjunto, foi decidido que não vamos continuar a defendê-lo, guardando entre nós as razões para isso", diz um breve comunicado compartilhado por ambos os advogados em suas respectivas contas no Twitter.
Na última quinta-feira (15), o juiz Juan Carlos Checkley, do Tribunal Supremo de Investigação Preparatória, ordenou que Castillo fosse mantido em prisão preventiva por 18 meses enquanto é investigado pelos crimes de rebelião e conspiração na fracassada tentativa de autogolpe de 7 de dezembro.
Nem Castillo, que continua a se considerar presidente do Peru, nem nenhum de seus advogados compareceram à audiência para tentar rever o pedido do Ministério Público peruano de 18 meses de prisão preventiva.
No início da audiência, convocada por Checkley, foi informado que Castillo se recusou a receber a notificação do pedido do promotor.
O juiz declarou que a defesa do ex-chefe de Estado seria assumida pelo advogado Italo Díaz, nomeado pelo tribunal, já que nenhum dos defensores credenciados por Castillo compareceu à audiência.
"Há muitos argumentos que, em conversa com Pedro [Castillo], nos levaram a tomar essa decisão", disse Atencio no Twitter.
Ele e Noblecilla assumiram a defesa exclusiva do ex-presidente em 12 de dezembro, data em que seu antecessor, Miguel Pérez Arroyo, abandonou o caso devido a "discrepâncias na abordagem da defesa".
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Benji Expinoza, que era o advogado principal de Castillo e que tomou a decisão após o anúncio do ex-presidente de dissolver o Congresso, também renunciou à defesa do ex-presidente.
Castillo foi preso no dia 7 de dezembro depois de não ter conseguido emplacar um autogolpe. A fracassada tentativa ocorreu horas depois de ele ter anunciado, em uma mensagem à nação, que iria dissolver o Congresso, reorganizar o sistema de Justiça, convocar uma assembleia constituinte, formar um governo de emergência e governar por decreto.
Logo após essa mensagem, o Congresso o destituiu do cargo, e a então vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu a Presidência.