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Agente dos EUA tentou recrutar piloto de Maduro para prender líder venezuelano; entenda

Plano envolvia proposta milionária e comunicação secreta; informações são da agência de notícias Associated Press (AP)

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Um agente federal dos EUA tentou recrutar o piloto-chefe de Nicolás Maduro para capturar o líder venezuelano.
  • O plano envolvia uma proposta milionária e comunicação secreta entre o agente Edwin Lopez e o piloto Bitner Villegas.
  • Villegas recusou a oferta, mas manteve contato com Lopez por aplicativos de mensagens criptografadas.
  • A tentativa de cooptar o piloto resultou em uma campanha pública contra ele após a negativa, culminando em sua exposição nas redes sociais.

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em imagem divulgada em setembro de 2025 Divulgação/Nicolás Maduro

Um agente federal dos Estados Unidos tentou recrutar o piloto-chefe do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para desviar o avião presidencial e permitir que o líder venezuelano fosse capturado pelas autoridades americanas. A informação foi revelada pela agência de notícias Associated Press (AP).

Segundo a reportagem, o plano foi conduzido por Edwin Lopez, agente das Investigações de Segurança Interna (HSI), parte do Departamento de Segurança Interna dos EUA. Durante uma reunião secreta, Lopez teria prometido ao piloto Bitner Villegas, general da Força Aérea Venezuelana, que ele se tornaria “um homem muito rico” caso ajudasse na captura de Maduro.


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De acordo com a AP, o encontro aconteceu em 2024, em um hangar na República Dominicana, quando Lopez atuava como adido na embaixada dos EUA.

O agente chamou Villegas para uma conversa particular, apresentou-se como interessado em informações sobre os aviões de Maduro e, após alguns minutos, fez a proposta: desviar o avião presidencial para um local onde os americanos pudessem prender o líder venezuelano.


Villegas não aceitou a oferta, mas forneceu seu número de celular – o que levou Lopez a acreditar que ele poderia mudar de ideia. Nos meses seguintes, os dois mantiveram contato por aplicativos de mensagens criptografadas, como WhatsApp e Telegram.

Esforços para derrubar Maduro

O plano fazia parte de uma ofensiva mais ampla dos EUA contra o governo venezuelano. Desde 2020, Maduro é acusado pela Justiça americana de narcoterrorismo e de facilitar o tráfico de cocaína para os Estados Unidos.


Em agosto, os EUA elevaram para US$ 50 milhões (quase R$ 270 milhões) a recompensa oferecida em troca de informações que possam levar à prisão ou condenação do presidente venezuelano.

Durante o governo de Donald Trump, Washington intensificou a pressão sobre Caracas, com o envio de tropas e operações navais no Caribe e autorização para a CIA realizar ações secretas dentro da Venezuela.


Do confisco de jatos ao fracasso do plano

A tentativa de cooptar o piloto começou após uma denúncia feita na embaixada americana em Santo Domingo, sobre dois aviões de Maduro que estariam passando por reparos na República Dominicana.

Lopez investigou o caso e conseguiu apreender uma das aeronaves, registrando o confisco em nome do governo americano.

Mesmo após se aposentar, em julho de 2024, Lopez continuou tentando convencer Villegas. Enviou mensagens com links sobre a recompensa e chegou a escrever: “Ainda há tempo para ser o herói da Venezuela e estar do lado certo da história”, segundo a AP.

Villegas, porém, rompeu o contato. Em setembro, respondeu chamando Lopez de “covarde” e declarou: “Nós, venezuelanos, somos feitos de um material diferente. A última coisa que somos é traidores”.

Tentativa de desestabilizar o presidente

Após a recusa, Lopez e aliados do movimento anti-Maduro decidiram tentar desestabilizar o presidente venezuelano expondo publicamente o piloto. O ex-oficial americano Marshall Billingslea publicou, nas redes sociais, uma foto de Villegas ao lado de Maduro e o parabenizou de forma irônica pelo aniversário.

A publicação viralizou e, pouco depois, o avião presidencial retornou inesperadamente a Caracas, o que levantou especulações sobre uma possível detenção do piloto. Dias depois, Villegas reapareceu em um programa de TV apresentado pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello, que o chamou de “patriota inabalável”.

De acordo com a AP, o Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Estado dos EUA se recusaram a comentar o caso. O governo venezuelano também não se manifestou sobre o assunto.

As informações foram noticiadas pela Associated Press com base em entrevistas com três autoridades americanas – atuais e ex-integrantes do governo – e em mensagens autenticadas trocadas entre Edwin Lopez e o piloto Bitner Villegas.

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