Albânia confirma 50 mortos por terremoto e encerra buscas
Mais de 4 mil pessoas ainda estão fora de suas casas porque imóveis ficaram inabitáveis ou por medo de novos tremores
Internacional|Da EFE
Subiu para 50 o número de mortos devido ao terremoto de 6,4 graus na escala Richter que atingiu a Albânia na terça-feira (26), segundo informou o primeiro-ministro, Edi Rama, ao anunciar o término das buscas neste sábado.
"As operações de busca e resgate terminaram e, infelizmente, devo dizer que o número de vítimas chegou a 50", declarou o premiê em reunião governamental.
Rama chorou ao mencionar as famílias das vítimas, às quais prometeu uma ajuda especial do Estado, e anunciou que todas as casas danificadas pelo tremor serão reconstruídas no ano que vem.
De acordo com o Ministério da Defesa, mais de 4 mil pessoas ainda estão fora de suas casas porque os imóveis ficaram inabitáveis ou por medo de novas réplicas do terremoto. Cerca de 2.470 pessoas foram transferidas dos abrigos provisórios para hotéis, segundo o primeiro-ministro.
Famílias destruídas
A catástrofe vitimou dez famílias por completo. O caso mais numeroso foi de uma família de nove pessoas, oito das quais morreram após o desmoronamento de um prédio de quatro andares no subúrbio de Durres. Os mais jovens da família eram gêmeos de dois anos de idade.
Entre os mortos há dois irmãos de 32 e 29 anos do Kosovo, cujos corpos foram encontrados sem vida em um hotel desmoronado na mesma cidade. Com mais de mil feridos, Durres foi o local mais afetado pelo tremor.
Segundo Rama, 41 pessoas ainda estão internadas, embora três pacientes em estado grave tenha sido transferidos à Itália para receber assistência médica mais especializada.
Cerca de 9 mil crianças estão traumatizadas e necessitam apoio psicológico, segundo a organização internacional Save the Children.
O primeiro-ministro agradeceu pelos esforços das equipes de resgate albanesas e estrangeiras que conseguiram salvar 45 pessoas em meio aos escombros.
Ajuda internacional
As operações de resgate contaram com a participação de especialistas provenientes de Itália, Grécia, Romênia, Kosovo, França, Suíça, Sérvia, Macedônia do Norte e Montenegro.
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Apesar da solodariedade de muitos albaneses, especialmente empresários que doaram milhões de euros, Ramas solicitou a organização de uma conferência internacional de doadores para ajudar as vítimas e proporcionar a reconstruição de Durres e Thumana.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, já anunciou que construirá 500 unidades familiares para os afetados.
O terremoto também derrubou uma parte do muro bizantino do castelo de Durres e danificou a fortaleza de Kruja e Preza, além de monumentos culturais. O acesso de visitantes está temporariamente proibido.
Especialistas albaneses relacionam a gravidade dos danos com falhas de gestão e abuso de permissões e materiais de construção de edifícios, além da corrupção endêmica nos últimos 30 anos, desde a queda do comunismo.