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Alemão e algo mais: minorias criam movimento #metwo após caso Özil

Saída do jogador da seleção fez centenas de alemães, originários de minorias, desabafarem contra dificuldade em serem aceitos com suas duplas cidadanias

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7, com Reuters

Jovem Ali Can criou hashtag que teve repercussão
Jovem Ali Can criou hashtag que teve repercussão Jovem Ali Can criou hashtag que teve repercussão

A saída do jogador de futebol Mesut Özil da seleção alemã, alegando ter sido vítima de racismo por sua origem turca, desencadeou um fenômeno que parecia superado na sociedade daquele país.

Ao contrário das aparências de que os cidadãos de origem turca estavam finalmente inseridos, centenas de alemães, originários de várias minorias étnicas, foram às redes sociais para desabafar contra a dificuldade que têm de ser aceitos com suas duplas cidadanias.

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Na declaração em que anunciou sua saída, Özil usou os termos "racismo e desrespeito". Tal afirmação fez milhares de pessoas compartilharem nas redes sociais experiências em que sofreram discriminação.

Muitas pessoas aderiram à campanha
Muitas pessoas aderiram à campanha Muitas pessoas aderiram à campanha

O que mais mobilizou tal reação foi a hashtag #metwo, vertente da #MeToo, usada na campanha contra assédio sexual. A #metwo utiliza como diferencial o número dois, "two", como um sinal do direito das pessoas se identificarem com dois países.

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O idealizador da hashtag, Ali Can, um escritor e ativista turco-alemão, de 24 anos, explicou o motivo dessa iniciativa, em um vídeo publicado no Facebook que lançou a campanha.

"Por que 'two'? Porque eu sou mais do que uma identidade."

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À Reuters, ele se mostrou surpreso com a repercussão nas redes sociais. Os posts do #metwo explodiram no Twitter da Alemanha.

"Eu não achei que seriam tantos."

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Segundo o escritor, somente um grande evento, como a saída de Özil da seleção para acender um urgente debate sobre a integração na Alemanha.

Desde a chegada de muitos turcos nos anos 60, dentro de um plano governamental para utilizar mão-de-obra estrangeira na reconstrução do país no pós-guerra, o governo alemão flexibilizou paulatinamente a política de obtenção da nacionalidade, inclusive com fornecimento de cursos de idiomas.

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Se até pouco tempo atrás os filhos de imigrantes que nasciam na Alemanha não tinham direito à nacionalidade do país, apenas à de origem, a situação foi mudando nos idos do ano 2000.

Desde então, filhos de estrangeiros que nasceram na Alemanha passaram a poder receber também a nacionalidade alemã, além da nacionalidade dos pais. Isso, no entanto, não foi suficiente para garantir a integração turca no país.

A questão dos refugiados da Síria e da África, que têm chegado em massa ao país, serviu para desviar o foco da questão turca. Mas o sofrimento destes cidadãos, no entanto, ainda é uma realidade que, segundo Can, tem que voltar a ser encarada.

"É uma oportunidade para falar sobre integração e o que realmente significa ser alemão."

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