Apesar de manifestações, Paraguai manterá fronteiras fechadas
Presidente Mário Benítez reiterou medida para conter o novo coronavírus, mesmo após pressão de comerciantes em cidades próximas ao Brasil
Internacional|Da EFE
O presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez, reiterou nesta segunda-feira (8) que as fronteiras do país permanecerão fechadas para manter a contenção da propagação do novo coronavírus, apesar dos pedidos dos comerciantes nas cidades próximas ao Brasil, as mais afetadas economicamente por três meses sem intercâmbio fronteiriço.
Em visita ao departamento de Concepción, no norte do país, Abdo Benítez demonstrou compreensão com a situação e reconheceu os esforços dos comerciantes.
"Com dor na alma, quero enviar uma mensagem àqueles que sofrem no norte, que o sacrifício que estão fazendo é para salvar a vida de pessoas inocentes", declarou.
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O presidente paraguaio anunciou que os programas de subsídios serão fortalecidos, com especial atenção aos habitantes de cidades fronteiriças como Salto del Guaira, Ciudad del Este e Pedro Juan Caballero, entre outras.
Ele também reconheceu o direito de manifestação dos comerciantes, mas ressaltou que o governo optou por "cuidar da vida dos paraguaios" e vai continuar com essa política até que os riscos desapareçam.
Em meados de março, o Paraguai anunciou o fechamento das fronteiras como uma das primeiras medidas para impedir a circulação do vírus, e a situação no Brasil, segundo país com mais casos em todo o mundo, torna improvável uma reabertura em curto prazo.
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De fato, o governo paraguaio já advertiu em outras ocasiões que as escolas e fronteiras serão as últimas a retornar ao funcionamento normal. "Todo o esforço que tem sido feito pode ser perdido se permitirmos a abertura de fronteiras", destacou o presidente.
O Paraguai detectou seu primeiro caso de coronavírus em 7 de março, e alguns dias depois decretou quarentena para evitar a propagação do SARS-CoV-2. Até o momento, o país vizinho relatou 1.145 infecções, com 11 mortes.
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