Argentina: Fernández promete medidas imediatas na economia
Novo presidente argentino toma posse nesta terça-feira (10) e promete mirar nos problemas econômicos que tomaram conta do país desde 2018
Internacional|Da EFE
O peronista Alberto Fernández, que tomará posse nesta terça-feira (10) como presidente da Argentina, disse na segunda-feira que anunciará em breve medidas orientadas para reativar a castigada economia do país.
"As primeiras medidas já serão conhecidas no primeiro dia. Se me perguntam se elas resolverão as coisas, a resposta é não. Mas o que nós vamos fazer é avisar que, desde o primeiro dia, vamos mudar o rumo. Essa locomotiva, que ia direto ao precipício, vai parar", afirmou Fernández em entrevista a uma rádio local.
Medidas no primeiro dia
O presidente eleito não deu detalhes sobre as propostas que serão anunciadas, mas prometeu que elas terão como objetivo colocar a economia em movimento. Fernández assume o poder com uma economia em recessão desde abril de 2018, altas taxas de inflação e a pobreza em forte crescimento.
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"A primeira necessidade é que a economia volte a funcionar. A economia está paralisada. Estamos com 19 meses de queda da atividade industrial, mais de dois anos com queda no consumo", analisou.
Dinheiro para os mais pobres
Na entrevista, o presidente eleito prometeu que as medidas colocarão o dinheiro nos bolsos das pessoas mais pobres e que revisão alguns preços de produtos que subiram, segundo ele, "de forma incompreensível" nos últimos meses.
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"Estamos vendo. O que nos preocupa é dar a aqueles que ganham menos um rendimento adicional para enfrentar a situação que estão vivendo, com uma inflação muito elevada que maltratou os salários. A ideia é fechar isso rapidamente", disse ele.
Fernández aproveitou a ocasião para criticar o ainda presidente da Argentina, Mauricio Macri. Para o eleito, o atual governo fez uma gestão que "não deixou ninguém de pé" e ampliou o nível de endividamento do país.
Clima ruim para a economia
O peronista também culpou o adversário político pela reação negativa do mercado financeiro à vitória de sua coalizão, a Frente de Todos, nas eleições primárias que anteciparam o resultado final do pleito.
"Isso ocorreu porque o mercado pensava que, se ganhássemos, traríamos esse populismo chavista sobre o qual Macri falava. A culpa é de Macri por ter mentido. Nós não somos isso", afirmou.
"A verdade é que o mercado viu o que é evidente: o estado nacional argentino está impedido de poder pagar em dia e o risco de calote é muito alto", completou.
Controle sobre o câmbio
Sobre os controles cambiais impostos por Macri desde o fim de agosto e enrijecidos depois da eleição, conhecidos como "cepo" no país, Fernández disse que será difícil reverter as restrições.
"O governo pôs o 'cepo' porque ficou sem dólares, gastou todos os dólares. Nesse estado, é muito difícil deixar a compra de dólares aberta porque eles não existem. Não há dólares", disse o peronista.