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Argentina: Professores protestam e atrasam início do ano letivo

Sindicato diz que greve teve adesão de 93% na rede pública em todo o país; professores pedem reajuste igual à inflação acumulada em 2018

Internacional|Da EFE

Professores protestaram nesta quarta em Buenos Aires
Professores protestaram nesta quarta em Buenos Aires

Milhares de professores foram às ruas de Buenos Aires nesta quarta-feira (6) para protestar contra a falta de acordo salarial com o governo da Argentina e ameaçam atrasar ainda mais o início do ano letivo, previsto para hoje, estendendo uma greve que, em princípio, duraria 72 horas.

Segundo dados divulgados pelos sindicatos, a adesão à paralisação foi de 93% em nível nacional e de 90% na província de Buenos Aires para os profissionais do setor público. As aulas nas escolas privadas, por outro lado, começaram normalmente hoje.

As negociações entre o governo e os trabalhadores da educação pública de 2018 seguem abertas. Apesar de o governo ter elevado a proposta original, ela ainda não atendeu a exigência dos professores, que pedem um reajuste igual ao da inflação anual registrada no país, que foi de 47,6%.

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"Determinamos uma greve de 72 horas em rejeição à proposta feita pelo governo, não reconhecendo o que perdemos no ano passado. Primeiro ofereceram 15%, depois 32% e a inflação foi de 47,6%", afirmou à Agência EFE a secretária-geral da Docentes Argentinos Confederados (DAC), Mirta Petrocini.

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O primeiro dia da greve começou com uma manifestação pelo centro de Buenos Aires que terminou na emblemática Praça de Maio. No local, os sindicatos discursaram para os milhares de professores e alertaram que não garantem o início das aulas se as negociações não avançarem até a próxima semana.


"Esperamos a semana que vem. Desejamos e estamos dizendo aos governos (provinciais) para convocar mesas de negociação para poder destravar esse conflito. Não começar as aulas é muito triste e muito preocupante para todos, mas o governo tem a responsabilidade de garantir a educação pública", completou Petrocini.

Além disso, os professores exigiram melhorias na infraestruturas das escolas de todo país, já que muitas delas não estão em condições de receber os alunos. Algumas colocam até em risco a integridade dos alunos argentinos.


"Acabam de me avisar em, em um distrito, caiu o teto de uma escola e estão evacuando as crianças. Em outra cidade, as obras estão sem terminar, as salas são inabitáveis e também estão transferindo os meninos. O que exigimos é dignidade", destacou.

O secretário-geral do Sindicato Unificado de Trabalhadores da Educação de Buenos Aires, Roberto Baradel, afirmou que os profissionais que aderiram à greve sofreram "ameaças e intimidação" por parte do governo do presidente Mauricio Macri.

"A adesão foi maciça, contundente, 93% em nível nacional, apesar das ameaças e da intimidação que os ministros levaram adiante", disse o sindicalista em entrevista à imprensa local.

Mesmo com as críticas ao governo, Baradel reiterou a intenção dos professores de encerrar a disputa que já dura mais de um ano.

"Não podemos viver em conflito permanente, estamos dispostos a resolver esse conflito desde que reconheçam a perda do nosso poder aquisitivo e aumentem o investimento em infraestrutura para transformar as escolas em locais seguros", destacou.

Já o secretário-geral da Federação Nacional de Docentes Universitários, Luis Tiscornia, afirmou que todas as instituições públicas de ensino superior vão parar suas atividades no próximo dia 25 de março se não houver uma proposta concreta do governo.

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