Argentina tem seca e falta de neve na Patagônia e na região de Cuyo
Imagens de satélite mostram grande diminuição na área com neve em comparação com o mesmo trimestre do ano passado
Internacional|Do R7
As regiões de Cuyo e da Patagônia estão sob efeitos da seca, com um déficit considerável de chuva e neve que se estende até os setores montanhosos, e as previsões a longo prazo não descrevem grandes mudanças, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (5) pelo SMN (Serviço Meteorológico Nacional).
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A seca no sul do país vem em meio à queda histórica do nível de água do rio Paraná na região do Litoral, onde um informe anterior do SMN já havia registrado que 75% da área da bacia do Paraná está afetada por secas moderadas a excepcionais.
"Várias regiões da Argentina estão sofrendo as consequências de uma seca prolongada e intensa, que produz diversos impactos em setores de atividade produtiva e preocupa especialistas e autoridades", advertiu o SMN. "A situação é complexa, e as notícias no horizonte não são animadoras", completou o organismo.
Falta de chuva
Segundo o relatório, durante o trimestre compreendido entre maio, junho e julho, o déficit de precipitação se intensificou em todo sul e o oeste da Patagônia meridional se estendeu à cordilheira de Cuyo.
A precipitação acumulada ficou bem aquém da quantidade normal para a estação: 200 milímetros abaixo da média climatológica de 1981 a 2010.
O SMN lembrou que as áreas montanhosas dessas regiões do país geralmente têm seu máximo de precipitação nesta época do ano. No entanto, a situação atual é completamente o oposto e, como resultado, há uma situação de seca.
Falta de neve
O SMN acrescentou que o déficit de precipitação também se reflete na falta de neve durante o mesmo trimestre na Patagônia e em Cuyo incluindo a cordilheira. O organismo salientou que as imagens de satélite mostram uma grande diminuição na área com neve em 2021, em comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
Em Cuyo, a cordilheira central tem a menor área coberta de neve desde 2000, e este é também o quarto ano consecutivo abaixo desses valores.
Na Patagônia, a parte norte também tem os valores mais baixos desde 2000, e o setor sul tem o segundo valor mais baixo desde esse ano, atrás apenas do mesmo trimestre de 2015.
Prognósticos desanimadores
A explicação do SMN para a seca é que toda a região é dominada por um padrão de circulação atmosférica que reduziu a frequência das frentes frias, com sistemas de alta pressão que impedem a formação de precipitação e favorecem temperaturas mais quentes que as normais.
O Serviço entende que a previsão não é animadora para o trimestre que compreende os meses de agosto, setembro e outubro de 2021 e prevê um aumento da probabilidade de precipitação normal ou abaixo do normal em toda a região.
Enquanto isso, se espera um trimestre mais quente do que o normal em Cuyo e no sul e no leste da Patagônia e temperaturas normais ou acima do normal no oeste.