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Assassinato de filha de aliado de Putin provoca onda de indignação na Rússia

Aliados do presidente russo acusam a Ucrânia de promover o atentado; os ucranianos, por sua vez, negam a autoria do crime

Internacional|Do R7

Denis Pushilin, líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, no leste da Ucrânia
Denis Pushilin, líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, no leste da Ucrânia

O atentado a bomba que matou, no sábado (20), Darya Dugina, filha do líder do movimento neo-eurasianista, Alexandr Dugin, um dos aliados próximos do presidente da Rússia, Vladimir Putin, provocou uma onda de indignação na classe política russa, que exige que o crime não fique impune.

O líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, no leste da Ucrânia, o pró-russo Denis Pushilin, acusou diretamente o governo de Kiev de estar por trás do ataque.

"Em uma tentativa de eliminar Alexandr Dugin, os terroristas do regime ucraniano mataram sua filha", escreveu Pushilin no Telegram.

Nessa mesma rede social, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, alertou que, caso se confirme a “pegada ucraniana” no atentado, será necessário “falar sobre a política de terrorismo de Estado do regime de Kiev”.


Por sua vez, o senador russo Andrei Klishas descreveu o ataque como um "ataque inimigo" e exigiu que seus autores materiais e intelectuais sejam levados à Justiça.

"Este crime não pode ficar impune (...) Devemos responder dura e decisivamente", disse Pyotr Tolstoy, vice-presidente da Duma, a Câmara dos Deputados da Rússia.


Por sua parte, as autoridades ucranianas negaram qualquer envolvimento no ataque.

"Enfatizo que a Ucrânia não tem nada a ver com isso, porque não somos um Estado criminoso como a Federação Russa e não somos um Estado terrorista", declarou Mykhailo Podolyak, um dos assessores do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.


Dugina, de 29 anos, morreu quando uma bomba explodiu embaixo de seu veículo enquanto dirigia por uma estrada nos arredores de Moscou ao voltar de um festival onde estava com seu pai.

Segundo o jornal digital “Gazeta.ru”, que cita um canal do Telegram, Dugin planejava voltar a Moscou no carro da filha, mas mudou de ideia no último momento.

Dugin, de 60 anos, escritor e filósofo, é considerado um dos ideólogos que mais influenciou a política russa nos últimos anos e, em particular, o rumo tomado pelo presidente Putin.

Em sua juventude, professou um anticomunismo e um anti-sovietismo radical que abandonou após a queda da União Soviética a ponto de, em 1993, defender com os comunistas a sede do Parlamento russo, que foi bombardeada por ordem do então presidente russo, Boris Yeltsin.

Mais tarde, participou da fundação do Partido Nacional Bolchevique, uma formação de oposição radical agora extinta.

A partir do ano 2000 passou a defender as ideias do eurasianismo e do conservadorismo, que propõe como plataforma ideológica às autoridades do país, que acusa de carecer de qualquer ideologia.

Desde 2015, está sob sanções dos Estados Unidos por "ações ou políticas que ameaçam a paz, a segurança, a estabilidade ou a soberania ou integridade territorial da Ucrânia".

Em março de 2022, após o início da "operação militar especial" russa na Ucrânia, sua filha falecida também foi sancionada pelos EUA por seu trabalho como diretora do site United World International (UWI), descrito por Washington como "um meio de desinformação".

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