Ataque a jazida de petróleo na Síria deixa dez trabalhadores mortos e dois feridos

Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que o atentado foi cometido por células afiliadas ao grupo Estado Islâmico

30/12/2022 - 08h00 (Atualizado em 19/02/2024 - 22h49)

Dez trabalhadores em um campo de petróleo no leste da Síria morreram, e outros dois ficaram feridos em um "ataque" a seu comboio nesta sexta-feira (30).

"Dez trabalhadores morreram, e dois ficaram feridos, em um atentado terrorista contra três ônibus que transportavam funcionários da jazida de Al Taym, em Deir Ezzor", informou a agência oficial de notícias Sana.

Segundo o OSDH (Observatório Sírio para os Direitos Humanos), "o ataque foi cometido por células afiliadas ao grupo EI (Estado Islâmico)" perto do campo de petróleo ao oeste de Deir Ezzor.

"O ataque começou com a detonação de artefatos explosivos nos ônibus, antes que os membros do EI começassem a atirar contra os veículos", relatou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, à AFP.

Na quinta-feira (29), as forças curdas na Síria anunciaram o lançamento de uma operação contra o EI em cooperação com a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, três dias após outro letal ataque no norte do país.

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Tanto Washington como Moscou possuem tropas implantadas no território sírio. Ambos apoiam lados opostos da guerra, que ocorre no país desde 2011

A guerra da Rússia na Ucrânia desde fevereiro agravou as tensões geopolíticas com os EUA

Entretanto, as rotas das patrulhas americanas e russas se cruzaram no último sábado (8) de manhã. O encontro aconteceu em um campo de petróleo, perto da cidade de Al-Qahtaniyah, na província de Hasaca, no leste, segundo correspondentes da AFP

Não era a primeira vez que se cruzavam na região controlada pelos curdos. Entretanto, em vez de apenas passarem, desta vez os comboios pararam, e os soldados ficaram lado a lado enquanto conversavam e posavam para fotografias

Segundo os correspondentes, vários soldados trocaram pequenos "patches", emblemas feitos de remendo carregados em seus uniformes, como recordação da interação

Foi um "momento excepcional", disse Samuel Ramani, especialista em Síria. Ele acredita ser um sinal "de que a Rússia e os Estados Unidos ainda querem diminuir o conflito na Síria"

Grande opositor do regime sírio, Washington enviou em 2014 as primeiras tropas para o nordeste da Síria, como parte de uma coalizão para combater o grupo Estado Islâmico

As forças armadas russas, por sua parte, apoiam desde 2015 o governo do presidente Bashar al-Assad, mas não enviaram forças para o nordeste até 2019, após uma invasão turca contra os combatentes curdos

Os canais de desescalada do conflito seguem abertos desde 2015, para evitar qualquer confronto entre russos e americanos

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