Ataque mata funcionários do Médicos Sem Fronteiras na Etiópia
Os corpos de dois etíopes e de uma espanhola foram encontrados próximos ao carro da ONG no norte do país
Internacional|Do R7
Três funcionários da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) - um da Espanha e dois da Etiópia - foram mortos em um ataque na região do Tigré, no norte da Etiópia, anunciou a seção espanhola da organização humanitária nesta sexta-feira (25).
"Perdemos contato com eles e com o carro em que viajavam ontem (24) à tarde e esta manhã o veículo foi encontrado vazio e, a poucos metros de distância, seus corpos sem vida", disse MSF em nota, denunciando um "brutal assassinato".
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Os mortos são a madrilenha María Hernández, 35, coordenadora de emergências na área e com experiência anterior no México, Yohannes Halefom Reda, assistente de coordenação do MSF e 31 anos, e seu motorista Tedros Gebremariam Gebremichael, também de 31 años.
“Condenamos veementemente este ataque aos nossos colegas e não vamos parar até que esclareçamos o que aconteceu (...) terá consequências dramáticas para a assistência às populações atendidas por María, Yohannes e Tedros", acrescentou MSF em seu comunicado.
A Ministra das Relações Exteriores da Espanha, Arancha González Laya, expressou "grande tristeza pelo assassinato" dos três funcionários de Médicos Sem Fronteiras, e disse que estava "em contato com as autoridades etíopes para esclarecer os fatos e repatriar o corpo" de María Hernandez.
A região do Tigré, no norte da Etiópia, tem sido palco de conflito desde que o exército lançou uma operação em novembro para derrubar as autoridades regionais dissidentes da Frente de Libertação Popular do Tigré (TPLF).
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O governo central instalou um gabinete de transição em Tigré, enquanto a operação militar conduziu a um conflito duradouro, repleto de relatos de crimes contra a população civil (massacres, estupros, deslocamentos ...).
O conflito entre as forças relacionadas à TPLF e o exército etíope levou 350 mil pessoas à beira da fome, de acordo com a ONU, e milhões a fugirem de suas casas, algo que o governo etíope nega.