Ataque ucraniano com drone explode depósito de munições na Crimeia
Ofensiva cinco dias após destruição de ponte na península anexada à Rússia provocou evacuações e paralisou o tráfego ferroviário
Internacional|Do R7, com agências internacionais
Um ataque de drone ucraniano na Crimeia explodiu um depósito de munições, o que provocou a retirada de pessoas na península anexada à Rússia e paralisou o tráfego ferroviário, apenas cinco dias depois de uma ofensiva danificar uma ponte estratégica da Rússia.
A Ucrânia lançou uma contraofensiva no início de junho para reconquistar os territórios tomados pela Rússia e expressou sua intenção de recuperar a Crimeia, que Moscou anexou em 2014.
Nesta sexta-feira (21), falando por videoconferência no Fórum de Segurança de Aspen, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, afirmou que a ponte da Crimeia, que ele disse ter sido construída em violação ao direito internacional, deveria ser "neutralizada".
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A ponte de Kerch é a única infraestrutura que liga a Crimeia à Rússia. É usada para transportar equipamentos militares russos para a frente ucraniana. "Como resultado de um ataque de drone inimigo no distrito de Krasnogvardeysky, houve uma explosão em um depósito de munições", disse o líder pró-Rússia da Crimeia, Serguei Aksionov, no Telegram, neste sábado (22).
“Decidiu-se retirar as pessoas que vivem num raio de 5 km” e, “para minimizar os riscos, parar também a circulação ferroviária”. O tráfego rodoviário foi brevemente interrompido. Aksionov não disse onde exatamente o ataque ocorreu, afirmando apenas que foi no distrito de Krasnogvardeysky, localizado no centro da Crimeia. Segundo ele, não houve vítimas.
Evolução dos ataques
Os ataques nessa península do mar Negro se intensificaram nas últimas semanas. Há cinco dias, uma ofensiva atingiu a ponte da Crimeia, que já havia sido atacada por tropas ucranianas em outubro de 2022.
Os drones navais causaram danos consideráveis, e dois civis que dirigiam na ponte foram mortos. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu uma "resposta" de seu Exército e pediu "melhoria da segurança" na ponte.
Na região de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, um jornalista russo da agência estatal de notícias Ria Novosti foi morto em um bombardeio ucraniano neste sábado, disseram militares russos em comunicado.
"Unidades das Forças Armadas ucranianas lançaram um ataque de artilharia contra um grupo de jornalistas" e "feriram quatro repórteres de forma mais ou menos grave", disse o Exército russo.
"Durante a evacuação, o jornalista Rostislav Zhuravlev, da Ria Novosti, morreu devido aos ferimentos resultantes da explosão de munições cluster", afirmou o Exército. Segundo a agência de notícias, "o ataque ocorreu perto da cidade de Pitikhatki", na região de Zaporizhzhia (no sul).
O governador da região russa de Belgorod, que faz fronteira com a Ucrânia, acusou as autoridades ucranianas neste sábado de terem lançado bombas coletivas na cidade de Zhuravleva na sexta-feira.
"Na região de Belgorod, 21 projéteis de artilharia e três munições cluster de um lançador de foguetes múltiplos foram disparados [pelo Exército ucraniano] na vila de Zhuravlevka", disse o governador Viacheslav Gladkov no Telegram ao se referir aos ataques na sexta-feira.
Além dos combates, a semana foi marcada sobretudo por uma escalada na conversa entre a Ucrânia e a Rússia, depois que Moscou encerrou, na segunda-feira (17), o acordo que facilitava a exportação de grãos dos portos ucranianos pelo mar Negro.
O Kremlin declarou na quarta-feira (19) que consideraria navios de carga com destino à Ucrânia como possíveis alvos militares. A Ucrânia, por sua vez, anunciou na quinta-feira (20) que consideraria navios com destino a portos controlados pela Rússia como possíveis transportes de equipamento militar, "com todos os riscos associados".