Autor de atentado em Paris diz que queria atacar 'Charlie Hebdo'
Ataque à faca deixou duas pessoas feridas. Jovem de 18 anos disse que queria atacar revista por publicar charges satíricas do profeta Maomé
Internacional|Da EFE
O jovem preso como autor do atentado terrorista ocorrido na sexta-feira (25) em Paris, que deixou dois jornalistas gravemente feridos, admitiu em interrogatório ao qual foi submetido pelos investigadores do caso que realizou a ação em ataque à revista satírica Charlie Hebdo.
Fontes da investigação afirmaram à imprensa neste sábado (26) que o paquistanês que afirma ter 18 anos de idade confessou ser quem feriu gravemente com uma faca um homem e uma mulher que trabalham no prédio na rua Nicolas Appert, onde estava a redação de Charlie Hebdo, quando saíram para fumar.
O terrorista deu à sua ação uma dimensão política. Ele disse que tinha a intenção de atacar a revista por ter republicado as caricaturas satíricas do profeta Maomé.
Ataque à revista em 2015
Tais caricaturas estiveram na origem do ataque jihadista à redação da Charlie Hebdo em janeiro de 2015, no qual 12 pessoas foram mortas, segundo os dois terroristas, os irmãos Chérif e Said Kouachi. Eles foram mortos alguns dias depois pelas forças francesas durante uma perseguição. O julgamento do crime ainda está em andamento.
Leia também
Após o massacre, a sede da revista foi transferida, por razões de segurança, para os escritórios da empresa de produção Premières Lignes, onde trabalham as duas vítimas do ataque de ontem.
Horas após o ataque de sexta, a revista expressou apoio e solidariedade aos funcionários feridos. "Este trágico episódio mostra mais uma vez que o fanatismo e a intolerância ainda estão tão presentes na sociedade francesa. Estes fatos, longe de nos aterrorizar, deveriam nos tornar ainda mais combativos na defesa de nossos valores", escreveu o periódico.
Além do autor confesso, seis outros homens, também paquistaneses, estão presos para estabelecer se foram cúmplices ou se podem ter estado envolvidos de alguma forma com o atentado de ontem.
Cinco deles moraram junto com o autor confesso na cidade de Pantin, perto de Paris. O sexto também viveu com ele, mas em uma residência social em Cergy, outra cidade da região.