Autoridade ucraniana diz que 99% dos corpos exumados em Izium apresentam sinais de violência
Governador regional de Kharkiv, Oleg Synegubov, afirmou que serão realizadas autópsias para determinar a causa das mortes
Internacional|Do R7
O governador regional de Kharkiv, Oleg Synegubov, disse nesta sexta-feira (16) que 99% dos exumados em Izium, uma cidade no leste da Ucrânia que as forças ucranianas recuperaram recentemente dos russos, "mostravam sinais de morte violenta".
O encarregado de Direitos Humanos ucraniano, Dmytro Loubinets, indicou no Telegram que "há provavelmente mais de mil cidadãos ucranianos torturados e assassinados nos territórios liberados da região de Kharkiv".
"Há vários corpos com as mãos amarradas nas costas e uma pessoa foi enterrada com uma corda no pescoço. Claramente essas pessoas foram torturadas e executadas", disse Synegubov no Telegram, acompanhando a mensagem com fotos de centenas de túmulos encontrados perto de Izium.
Segundo ele, "450 corpos de civis com marcas de morte violenta e de tortura foram enterrados" nesse local, descoberto por autoridades ucranianas. Um jornalista da AFP viu ao menos um corpo com as mãos amarradas com uma corda, mas não pôde confirmar se tratava-se de um civil ou militar porque o cadáver estava muito deteriorado.
Synegubov afirmou pelo Telegram que "também havia crianças" entre os corpos exumados por "200 agentes e especialistas" que trabalham no caso. "Os corpos foram enviados para a realização de uma autópsia e assim determinar as causas exatas das mortes", explicou.
"Cada morte será investigada individualmente e apresentada a tribunais internacionais como prova de crime de guerra cometido pela Rússia", acrescentou. "O alcance dos crimes cometidos [pelos russos] em Izium é enorme", sustentou, denunciando "um terror sanguinário e brutal".
A contraofensiva que o exército ucraniano lançou no início de setembro na região permitiu a reconquista de territórios que as tropas russas ocupavam.
Moscou já havia sido acusada de crimes de guerra, supostamente cometidos nos arredores de Kiev nas primeiras semanas do conflito, mas as autoridades russas sempre negaram essas acusações.