"Quantos explosivos você acha que consegue colocar nesta?", perguntou um especialista em desarme de bombas ucraniano, mostrando uma coruja azul e amarela diante de alunos perplexos que participavam de simulações de emergência em uma escola de Kiev, capital da Ucrânia, nesta quinta-feira (27).
Agentes de segurança organizaram o treinamento após uma série de ameaças falsas de bomba forçar a desocupação de escolas em Kiev e outras cidades.
Kiev culpa a Rússia pelos falsos avisos, e acusa o país vizinho de já travar uma guerra híbrida contra o ex-satélite soviético, enquanto ameaça uma invasão completa do país, acumulando mais de 100 mil soldados na fronteira ucraniana.
"O propósito dos serviços especiais russos é óbvio — pôr pressão adicional na Ucrânia, semear a ansiedade e o pânico entre a população", disse o Serviço de Segurança da Ucrânia, acrescentando que registrou mais de 300 ameaças de bomba até agora neste ano, em comparação com 1.100 ao longo de todo o ano de 2021.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não respondeu a um pedido de comentários.
Autoridades russas culpam a Ucrânia por uma série semelhante de ameaças de bomba que forçaram a retirada de milhares de pessoas de escolas, shopping centers e jardins de infância russos. Após uma pausa, os avisos falsos na Rússia foram retomados conforme as tensões entre Moscou e Kiev aumentavam.
Em 2014, Moscou anexou a Crimeia e apoiou rebeldes que combatem tropas governamentais no leste da Ucrânia, um conflito não resolvido que já causou pelo menos 15 mil óbitos até hoje.