Batalha por capital da Líbia se intensifica e mortes aumentam
ONU diz que 2.800 pessoas foram deslocadas pelos confrontos que opõe governo apoiado internacionalmente e ex-militar do governo de Gaddafi
Internacional|Do R7
Forças do leste da Líbia tentavam abrir caminho até o centro de Trípoli nesta segunda-feira (8). Depois de um avanço fácil pelo deserto, a disputa militar entrou em uma fase urbana mais difícil, com o número de mortes e os deslocamentos forçados de moradores estão aumentando, apesar dos apelos ocidentais por uma trégua e a retomada de um plano de paz.
Novos combates na Líbia, dividida desde a queda de Muammar Gaddafi em 2011, ameaçam interromper as remessas de petróleo e gás, desencadear mais migração para a Europa e arruinar as esperanças da Organização das Nações Unidas (ONU) por uma eleição nacional.
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As forças do Exército Nacional Líbio (LNA) de Khalifa Haftar, ex-militar do Exército de Gaddafi, disseram que 19 de seus soldados morreram nos últimos dias ao se aproximarem da sede do governo internacionalmente reconhecido de Trípoli.
Ataques aéreos em Trípoli
A ONU disse que 2.800 pessoas foram deslocadas pelos confrontos e que muitas mais podem fugir, embora algumas estejam impossibilitadas de sair.
O LNA realizou ataques aéreos no sul da cidade, tentando avançar ao centro a partir de um aeroporto sem uso.
Mas o governo do primeiro-ministro, Fayez al-Serraj, está enviando grupos armados da vizinha Misrata para que ajudem a conter o LNA e relatou 11 mortes, sem dizer de qual lado.
Líbia dividida em dois governos
Al-Serraj, de 59, oriundo de uma família de empresários ricos, comanda o governo de Trípoli desde 2016, parte de um acordo mediado pela ONU e boicotado por Haftar.
O LNA, aliado de um governo paralelo situado em Benghazi, no leste, tomou conta do sul líbio rico em petróleo no início deste ano, depois de uma arremetida surpreendentemente rápida sobre a capital litorânea.
Embora o avanço tenha sido tranquilo em áreas pouco povoadas, tomar Trípoli é um desafio muito maior.
Violência inviabiliza eleições
A violência inviabilizou um plano da ONU para uma conferência a ser realizada entre 14 e 16 de abril para preparar eleições e superar a anarquia que domina a Líbia desde a deposição de Gaddafi, liderada pelo Ocidente, oito anos atrás.
A União Europeia se uniu à ONU, aos Estados Unidos e ao G7 pedindo um cessar-fogo, a interrupção do avanço de Haftar e a retomada das negociações políticas.
Um contingente de forças dos EUA se retirou neste final de semana.
No domingo, a missão da ONU na Líbia pediu uma trégua de duas horas no sul de Trípoli para retirar civis e feridos, mas não parece ter sido atendida.