Batalhas nos túneis de Gaza serão teste de força para Exército de Israel contra o Hamas
O labirinto subterrâneo foi criado para contrabandear armas há cerca de 15 anos e, hoje, favorece o grupo terrorista
Internacional|Pedro Marques, do R7
As FDI (Forças de Defesa de Israel) travaram nesta terça-feira (31) a primeira batalha dentro de túneis contra os terroristas do Hamas desde o início da guerra, em 7 de outubro. Provavelmente, não será a última — mas entrar nesse labirinto terrorista pode se tornar um risco para os planos de Israel.
Os túneis na Faixa de Gaza são um objetivo primordial para as forças armadas hebraicas. A rede subterrânea foi construída pelo Hamas com o objetivo de proteger e abrigar terroristas, e não civis, explicou Mousa Abu Marzouk, um dos líderes do grupo terrorista, em uma entrevista que foi traduzida pelo Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio.
"Construímos os túneis porque não temos outra maneira de nos proteger de sermos alvo e mortos", ele alegou. "Esses túneis são feitos para nos proteger de aviões. Estamos lutando dentro dos túneis."
Soco na cara
Batalhas em túneis são consideradas algumas das mais difíceis para os exércitos lutarem. Um inimigo determinado em um túnel ou sistema de cavernas pode escolher onde a luta começará — e muitas vezes determinar como o confronto terminará —, dadas as muitas oportunidades para emboscadas.
“Eu costumo dizer que é como andar pela rua esperando levar um soco na cara", disse John Spencer, um major aposentado do Exército dos EUA e presidente de Estudos de Guerra Urbana no Instituto de Guerra Moderna em West Point.
Ele acrescentou que, nessas situações, os donos dos túneis "têm tempo para pensar sobre onde vão estar, e há milhões de locais escondidos em que eles podem estar”. “Eles escolhem o momento do confronto — você não pode vê-los, mas eles podem ver você", afirmou Spencer em uma entrevista à Associated Press.
Outra questão desafiadora para as forças israelenses será localizar os reféns mantidos pelos extremistas islâmicos dentro desses túneis. Os terroristas capturaram cerca de 240 pessoas em território israelense no dia 7 de outubro — e essas vítimas foram espalhadas pelo Hamas no labirinto.
Contrabando
Por sua complexidade, Israel batizou o sistema de túneis de "metrô de Gaza". O tamanho desse “metrô” é incerto. Yihyah Sinwar, o líder do Hamas em Gaza, afirmou em 2021 que o grupo terrorista tinha 500 km de túneis. Israel afirmou ter bombardeado cerca de 100 km da rede subterrânea dos extremistas. É impossível conferir a veracidade dessas informações, por enquanto.
O que com certeza se sabe é que o labirinto dos terroristas começou a ser construído em 2007, quando Israel e o Egito impuseram um rigoroso bloqueio em Gaza depois que o Hamas assumiu o controle do território, buscando prevenir a importação de armas
As passagens subterrâneas começaram a ser escavadas entre a fronteira de Gaza e o Egito, para contrabandear armas e outros itens ilegais. Embora as autoridades egípcias tenham fechado a maior parte desses túneis com o tempo, a experiência levou o Hamas a abrir dentro de seu território uma extensa rede subterrânea.
Até agora, o labirinto era usado para transportar armas, suprimentos e combatentes fora do alcance da vigilância israelense. Como esses túneis serão usados em combate é algo que o mundo vai descobrir em breve.
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