Bélgica e Holanda viram epicentros do tráfico de cocaína na Europa
Países superam a Espanha e traficantes se aproveitam do aumento da oferta da droga na Colômbia para fazer a distribuição
Internacional|Do R7
A Bélgica e a Holanda se tornaram os principais centros de tráfico de cocaína na Europa, ultrapassando a Espanha como a principal rota de contrabando, revelou a Europol, a agência policial da União Europeia, nesta terça-feira (7).
Aproveitando o aumento da oferta de cocaína, principalmente da Colômbia, gangues de criminosos utilizam as cidades portuárias de Roterdã, Hamburgo e, principalmente, Antuérpia para enviar a droga para a Holanda, de onde é distribuída para toda a Europa, segundo a Europol.
"O epicentro do mercado de cocaína na Europa mudou para o norte", disse a Europol, que produziu um relatório de 27 páginas junto com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), com sede em Viena.
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"O aumento nos embarques em contêineres nos portos de alto volume de Antuérpia, Roterdã e Hamburgo consolidou o papel da Holanda como ponto de parada."
Isso "fez com que a costa continental do Mar do Norte ultrapassasse a Península Ibérica como principal porta de entrada da cocaína que chega à Europa", afirmou o relatório.
Só no ano passado, as apreensões de cocaína na Antuérpia totalizaram cerca de 65,6 toneladas, indicou a Europol no relatório "Cocaine Insights".
Em fevereiro, um recorde de 23 toneladas foram apreendidas na Alemanha e na Bélgica, que estavam escondidas em contêineres.
O mercado de cocaína na Europa foi impulsionado pelo aumento da oferta, especialmente da Colômbia, onde o acordo de paz de 2016 com os guerrilheiros das FARC deixou o mercado dividido e aberto ao aumento da concorrência.
As FARC controlavam uma parte da área de cultivo de coca e regulamentavam o acesso ao fornecimento de cocaína disponível para intermediários e traficantes internacionais, segundo o relatório.
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“O acordo de paz resultou no fim da estrutura de comando integrado das FARC e no surgimento de vários grupos dissidentes que exercem o controle de diferentes regiões e da produção de cocaína nelas”, segundo a Europol.
Isso, por sua vez, “multiplicou o potencial de formação de novas alianças e parcerias”, acrescentou o relatório. Paralelamente, as gangues europeias do narcotráfico mudaram sua estratégia, formando alianças com esses grupos, “eliminando assim o intermediário” e obtendo a cocaína diretamente da fonte.
Depois da cannabis, a cocaína é agora a segunda droga mais popular na Europa Ocidental e Central. As estimativas mais recentes coletadas pelo relatório sugerem que havia cerca de 4,4 milhões de consumidores no ano passado.