Dias em silêncio e ajuda financeira 'insultuosa': Biden é criticado pela resposta à tragédia no Havaí
Incêndios florestais no estado americano são considerados os mais mortais dos Estados Unidos nos últimos 100 anos
Internacional|Do R7
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está sendo criticado por sua resposta aos incêndios florestais no Maui, condado no Havaí, considerados os mais mortais do país no último século. As críticas podem ser vistas como um motivo de preocupação para os democratas, uma vez que Biden é pré-candidato à reeleição nas eleições presidenciais de 2024.
Biden fez comentários sobre os incêndios pela primeira vez na quinta-feira passada (10) e, desde então, praticamente não falou com a imprensa — nem sobre a catástrofe, nem sobre outros assuntos. O filho dele, Hunter Biden, está na mira de uma investigação sobre fraudes fiscais e porte ilegal de arma, mas ele pouco comentou sobre isso também.
No domingo (13), enquanto Maui contava seus mortos, que já passam de 100, Biden chamou a atenção ao passear e andar de bicicleta na praia de Rehoboth, no estado de Delaware. "Estamos olhando para isso" foi a frase dita brevemente a repórteres que gritavam o nome dele e o questionavam sobre os incêndios.
No dia seguinte, jornalistas de vários veículos pressionaram a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, por um posicionamento de Biden. Enquanto isso, Donald Trump, aproveitou para divulgar um vídeo de dois minutos em que critica a resposta do adversário à tragédia ambiental e humanitária. "É lamentável que Joe Biden se recuse a ajudar ou comentar sobre a tragédia em Maui", afirmou Trump.
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Biden recebeu críticas também pela ajuda financeira oferecida às vítimas dos incêndios, descrita por oponentes políticos e comentaristas como "insultuosa". Ele anunciou no Twitter que vai oferecer um pagamento único de US$ 700 (R$ 3.480) por família. Lahaina não foi a única região de Maui a ser afetada pelas chamas, e não está claro quantas famílias serão elegíveis para o pagamento.
A quantia ofertada às famílias foi comparada com a ajuda que os Estados Unidos enviaram à Ucrânia para fortalecer a contra ofensiva na guerra contra a Rússia, que soma US$ 43 bilhões (R$ 214 bilhões) desde o início do conflito, entre ajudas militares e humanitárias. Na segunda-feira, o governo anunciou o envio de mais R$ 200 milhões (R$ 995,4 milhões) ao país.
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"Alguém pode, por favor, explicar como nosso governo pode enviar centenas de bilhões para outros países, mas opta por economizar centavos quando nosso próprio povo precisa?", perguntou o comentarista financeiro, Mark Wlosinki, que definiu o valor oferecido às famílias pelo governo Biden é um "insulto".
"Apenas US$ 700 por família para ajudar a reconstruir Lahaina, Joe Biden?", questionou Kari Lake, candidato republicano ao governo do Arizona. "Estamos gastando US$ 900 por família para financiar sua guerra na Ucrânia", acrescentou [segundo dados do Censo dos Estados Unidos, há cerca de 124 milhões de domicílios no país, o que significa que a ajuda total dada à Ucrânia seria equivalente a US$ 911 (R$ 4.480) por domicílio].
As equipes de emergência seguem trabalhando incansavelmente na busca por possíveis vítimas entre os escombros dos incêndios, que provocaram ao menos 106 mortes, de acordo com o último levantamento. O governador do Havaí, Josh Green, alertou que o balanço final da catástrofe pode "dobrar" a quantidade de vítimas fatais. Até a manhã de quarta-feira (16), apenas 25% da área afetada em Lahaina havia sido rastreada por cães farejadores treinados para missões de busca de corpos.